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Schmidt

Volta da Porcelanas Schmidt está programada para junho. Salários devem ser pagos nesta semana - os recursos já estão depositados na Caixa Econômica Federal, em conta controlada pela Justiça do Trabalho.

Schmidt

23/05/2016

Por Luis Augusto Cabral

Os trabalhadores da Porcelanas Schmidt esperam receber os salários de fevereiro e abril, até o início desta semana. Os recursos já estão depositados na Caixa Econômica Federal, em conta controlada pela Justiça do Trabalho. A liberação do pagamento depende apenas de questões burocráticas, abertura de contas e liberação, pela Justiça, dos valores para cada trabalhador. O presidente da empresa, Nelson Lara, em entrevista exclusiva à Folha de Campo Largo, nesta quinta-feira (18), confirmou que a empresa vai entrar com pedido de Recuperação Judicial.

“Só tenho que pedir desculpas aos funcionários e agradecer a colaboração de todos. Estamos enfrentando momentos muito difíceis, mas tenho certeza que vamos vencer. Com o pagamento dos salários de fevereiro, o vale-visa, e parte do salário de abril, a empresa vai entrar com pedido de Recuperação Judicial, renegociar as dívidas com os fornecedores e voltar a funcionar, possivelmente no início de junho”, disse Nelson Lara. Segundo ele, a empresa terá que demitir perto de 200, dos cerca de 700 trabalhadores das três unidades, Campo Largo, Pomerode e São Paulo, e focar o mercado externo para emergir mais forte da crise.

Crise
Nelson Lara lembrou que desde 2010, quando assumiu a Presidência da Schmidt, a qual atravessava uma grave crise, recuperou a empresa, modernizou os equipamentos, inclusive com a compra de fornos novos e outros equipamentos, contratou funcionários e cresceu em percentuais de até 17%, nos anos seguintes. “Infelizmente não tivemos fôlego para enfrentar a atual crise econômica, não tivemos capital de giro e, como não conseguimos recursos de bancos oficiais, a juros de um a três por cento, tivemos que aceitar recursos de investidores, a juros mais elevados. A crise nos atingiu fortemente a partir do segundo semestre de 2015, mas mesmo assim conseguimos, com a colaboração dos funcionários, garantir o que é mais importante para nós, os salários dos trabalhadores”, explicou ele.

“Somente em fevereiro de 2016 – continuou Nelson Lara - já não conseguimos mais pagar os salários, e em abril, após uma paralisação no início do mês, a Compagás não aceitou a negociação para o fornecimento de gás, que foi desligado no dia 15. No dia 18, entramos em férias remuneradas”, explicou.

Tão logo o pagamento dos salários seja efetivado, provavelmente no início da próxima semana, Nelson Lara quer conversar pessoalmente com os trabalhadores, pedir desculpas, agradecer a colaboração e a paciência de todos e discutir, com eles, o futuro da empresa, que deve diminuir de tamanho, reduzir o quadro de funcionários e redirecionar o seu mercado, que deverá ser de mais exportação e de pequenos e médios clientes.

Nelson Lara também chamou a atenção para o importante apoio do prefeito de Campo Largo, Affonso Guimarães, e da Companhia Campolarguense de Energia (Cocel), que atendeu os apelos da empresa e com quem já existe renegociação para pagamento das contas de luz.