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Funcionários da Schmidt vão entrar com rescisão coletiva

Os mais de 500 trabalhadores da Porcelanas Schmidt decidiram, na manhã de sexta-feira (30), em assembleia geral no Sinpolocal, entrar com Rescisão Indireta Coletiva contra a empresa, na Justiça do Trabalho

Funcionários da Schmidt vão entrar com rescisão coletiva

02/05/2016

Os mais de 500 trabalhadores da Porcelanas Schmidt decidiram, na manhã de sexta-feira (30), em assembleia geral no Sinpolocal – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Louça e Porcelana de Campo Largo, entrar com Rescisão Indireta Coletiva contra a empresa, na Justiça do Trabalho, para garantir seus direitos trabalhistas. Eles estão sem receber os salários de fevereiro e o adiantamento salarial de abril (o salário de março foi pago), e o vale-mercado. A empresa está fechada, com dívidas elevadas.

O Sindicato dos trabalhadores já conseguiu o bloqueio de recursos no banco, na ordem de R$ 2 milhões, através de mandado judicial, para pagamento de parte dos salários e do vale-mercado, mas o dinheiro ainda não foi liberado pela Justiça. Não há, por parte da empresa, nenhuma informação oficial sobre um possível retorno das atividades. Os trabalhadores querem o bloqueio físico da empresa, inclusive dos estoques, até que seus haveres sejam pagos. Muitos não têm mais o que colocar na mesa, para alimentar a sua família e não sabem o que fazer.

O presidente do Sinpolocal, Paulo Andrade, disse que a saída é mesmo o Rescisão Indireta, porque esse dispositivo legal garante que em qualquer decisão futura os trabalhadores serão os primeiros a serem contemplados. A medida libera, também, os recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS e o Seguro Desemprego.

Os trabalhadores decidiram, ainda, na tarde de desta sexta-feira, fazer uma concentração em frente ao Fórum, para pedir urgência na liberação dos recursos para o pagamento dos salários e do vale-compras, esse atrasado há oito meses. O protesto foi realizado e o juiz despachou desfavorável aos trabalhadores. Os recursos retidos, segundo ele, não podem ser utilizados pela Schmidt para pagar os salários, uma vez que estão bloqueados, antecipadamente, por outra empresa. Os trabalhadores vão recorrer ao Tribunal de Justiça.

Cadeados

Saindo do Fórum, os trabalhadores foram para da frente da fábrica, compraram cadeados e correntes e lacraram os portões, para impedir a saída de produtos acabados, uma vez que havia informações de que a empresa estaria transferindo o estoque para outro local, para driblar qualquer bloqueio judicial. Os portões foram lacrados por volta das 17 horas.