22/04/2016

Por Danielli Artigas de Oliveira

Algumas pessoas deixaram suas marcas ao longo da história de Campo Largo e pode-se dizer que uma dessas é João Domingos Mores, popularmente chamado de “Bimbo”. Muito conhecido por fazer o melhor pão da cidade, pelas empresas que fundou e até por ter sido o primeiro cobrador de ônibus da linha Curitiba/Campo Largo, Bimbo deixará saudades.

Ele faleceu aos 86 anos de idade na terça-feira (19). Foi velado na Capela Municipal e o enterro aconteceu na quarta-feira (20) às 16 horas no Cemitério Municipal de Campo Largo. Ele descobriu um câncer de próstata em 2006, quando passou por cirurgia. Em 2014 a doença recidivou, sendo diagnosticado com metástase óssea.

A família sente muito orgulho da história de Bimbo, nascido na Ferraria. Ele foi o primeiro cobrador de ônibus da estrada Curitiba a Campo Largo, quando tinha 14 anos. Também trabalhou levando marmita para o pessoal que trabalhava nas minas de ouro do Timbotuva.

Ele foi pioneiro em Campo Largo nos moinhos de milho na Praça Getúlio Vargas, onde hoje é a empresa Filadélfia. Depois montou um moinho de fubá junto com o Wilsek, onde atualmente é o Bar Consulado. Empreendeu mais uma vez, abrindo uma serraria em sociedade com Chico Bora e Adolfo Bonato. Ele movimentou o comércio na cidade. Em 1957 começou a viajar como caminhoneiro e em 1962 comprou seu primeiro caminhão.

Nunca faltou força de vontade para ele, muito menos ideias de negócios, para ver a cidade crescer. Em 1966, ele montou a Fábrica de Pão do Bimbo, onde hoje é a clínica veterinária de uma filha, em frente ao Condor da Rua Xavier da Silva. Quem teve a oportunidade de conhecer a empresa e ele afirma com convicção que era o melhor pão da cidade e destacam ainda a qualidade dos biscoitos e bolachas feitos por ele. Ele também se diferenciou porque abriu seu comércio aos domingos, sendo referência na cidade. Até os filhos ingressarem na faculdade ele trabalhou na panificadora.

Bimbo é pai de Luis Antonio, Carlos Henrique, Cesar Augusto, Miguel Ângelo e Regina Izabel. Teve nove netos e deixa viúva Adria Constantina, de 82 anos.

Ele sempre foi referência para sua família pela humildade, coerência e idoneidade. “Não conheço alguém que possa falar algo do meu pai”, afirma Luis, comentando que ele levou a vida muito a sério, tinha medo de que acontecesse algo com os seus filhos e esposa. Os filhos sempre o ajudaram nas empresas, mas Bimbo focava na educação. Lia todos os jornais possíveis e revistas, cobrava dos filhos que aprendessem. Ele não cursou nem o primário completo, mas queria ver os filhos formados. Luis conta que no fim da vida ele estava mais brincalhão.

Pelo Facebook, a filha Izabel deixou uma mensagem: “descanse em paz meu amado pai. Que Deus te cuide com muito carinho assim como cuidou de todos nós durante toda sua vida”.