Não é preciso caminhar por muito tempo para encontrar calçadas com defeitos em Campo Largo.
Não é preciso caminhar por muito tempo para encontrar calçadas com defeitos em Campo Largo. Seja pelas pedras soltas ou falta delas - que podem causar acidentes -, lixo acumulado no caminho ou até mesmo a sua inexistência.
As calçadas da região central apresentam poucos defeitos quando comparada a calçadas da região mais periférica da cidade. Em muitos bairros o morador se vê obrigado a dividir a rua com automóveis dos mais diversos tamanhos, colocando em risco a sua segurança. O morador do bairro Popular Nova, Gustavo Quadros, diz que o calçamento no Centro é bom, mas é nos bairros que são encontrados problemas maiores. “Nos bairros deixa a desejar um pouco. Nos dia de chuva, por exemplo, é uma tristeza. O calçamento irregular forma muitas poças de água, fora os buracos. A falta de manutenção também é um problema já que tem mato crescendo, desnível, falta de adaptação”, conta.
A falta de calçadas também compromete a acessibilidade de pessoas com deficiência. O desnivelamento, buracos nas calçadas, lixo e a falta de rampas de acesso impossibilitam que pessoas de necessidades especiais transitem com segurança nelas.
Segundo o Código Civil, em caso de acidentes como queda nas calçadas, a responsabilidade é transferida para o proprietário do terreno, já que o considera como parte dele. Entretanto, o Código Brasileiro de Trânsito (CBT), no Anexo I, considera a calçada como “parte da via, normalmente segregada e em nível diferente, não destinada à circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário urbano, sinalização, vegetação e outros fins”, transferindo a responsabilidade de construção e manutenção para os órgãos públicos.
Ciclovias e Ciclofaixas
Curitiba divulgou esse mês os números do Programa Vida no Trânsito que, entre outros dados, analisou a queda no número de acidentes com óbito de ciclistas na capital e constatou uma queda de 17,5%, fato conseguido a partir do aumento de ciclovias e implementação de ciclofaixas no centro e nos bairros.
Em Campo Largo a população ainda carece de uma medida como essa. Em horários de pico, é possível encontrar um grande número de ciclistas indo em direção aos bairros, pedalando em meio às vias. Caroline Bressan, moradora do bairro Vila Elizabete, conta que ela gosta de passear de bicicleta, mas se sente insegura em alguns trechos. “Aqui próximo de casa tem ciclovia, o que nos dá um pouco de confiança para pedalar. O problema é na chegada ao centro da cidade, não tem um lugar específico para os ciclistas, o que torna o passeio perigoso”, conta.
A redação da Folha procurou a Prefeitura que respondeu por meio da Assessoria de Comunicação que o município atualmente não dispõe desta informação porque, para isto, é preciso elaborar um Plano de Mobilidade, plano que faz um mapeamento completo de ciclovias construídas e das demais que podem ser implantadas, bem como mostrar estas novas seriam melhor utilizadas, identificando os lugares de acordo com as características da população do local, do terreno, integrando assim com outras formas de deslocamento, como circulação de pedestres, transporte coletivo entre outros, constituindo assim uma rede. A tendência é que este plano seja elaborado somente no ano que vem.