Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 11:33:48
Geral

Inadimplência

Coordenador da Acicla comenta sobre pesquisa nacional que divulgou que 41% dos entrevistados não consegue pagar suas contas em dia devido ao desemprego.

Inadimplência

12/04/2016

A pesquisa nacional Perfil do Consumidor Inadimplente, realizada pela Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), divulgou que 41% dos entrevistados não consegue pagar suas contas em dia devido ao desemprego. O índice subiu seis pontos percentuais se comparado ao primeiro trimestre ano passado. A maioria dos inadimplentes são homens, comprovando a tendência desde março de 2012.

Segundo o coordenador da Associação Comercial e Industrial de Campo Largo (Acicla), Juliano Bregoli, é considerado inadimplente aquele que deixa de cumprir um acordo de pagamento realizado entre a parte do consumidor e do vendedor. “Com restrição de crédito ou de nome, a pessoa fica impossibilitada de realizar compras, entre elas de bens duráveis como imóveis, automóveis e outros financiamentos”, explica. “Hoje é fundamental ter crédito, ter o nome limpo, pois imprevistos podem aparecer. O planejamento financeiro é indispensável em uma casa”, aconselha Juliano.

A principal camada da sociedade afetada pelo desemprego que acaba resultando na inadimplência são famílias que recebem entre três e dez salários mínimos, que se encontram impossibilitados de pagar contas rotineiras (água, luz e telefone). Os índices nesse caso chegaram a 49% e 34% respectivamente, mostrando uma alta de 8% e 4% com relação ao mesmo período no ano passado. Para quem ganha mais de dez salários mínimos, as contas deixadas de pagar foram citadas por 24% dos entrevistados, quando no ano passado eram apenas 19%. A pesquisa também apontou que 49% dos entrevistados possuem apenas uma conta que causou restrição de crédito.

O planejamento financeiro e a poupança são impressindíveis no momento do desemprego, já que ele pode ajudar a suprir as necessidades enquanto não há recolocação no mercado de trabalho. Caso as dívidas atrasem, uma saída possível é a negociação com o banco ou diretamente com o vendedor. “A renegociação pode evitar juros altos do crédito especial ou o rotativo do cartão. Prefira então buscar um empréstimo pessoal ou consignado, que os juros são bem mais baixos; sai de uma de 200% ao ano e passa para uma taxa – ainda alta – de até 35% ao ano, mas faça isso antes mesmo de ter o CPF restrito”, recomenda.

Quem já está com o CPF restrito não pode deixar como está. O ideal é que mantenha um planejamento e uma boa negociação para tentar sair dessa situação, já que ficar cinco anos nessa situação, que é tempo de restrição ao crédito, é um tempo considerado alto. “Não quer dizer que depois desses cinco anos a dívida deixou de existir. Ela vai sair da inscrição do cadastro negativo, mas a empresa pode continuar cobrando esse débito”, explica.

O otimismo apresentou queda de quatro pontos percentuais, passando de 80% para 76% das pessoas que acreditam que no próximo mês conseguirão cumprir com seus compromissos e para 24% deles, o ano de 2017 estará igual ou pior que esse. As compras futuras não estão nos planos de 74% dos entrevistados até pagar as dívidas atuais. O carro 0km ainda é o maior sonho de consumo do brasileiro, citado por 43% dos entrevistados.

A pesquisa foi realizada pela Boa Vista SCPC entre os dias 22 de fevereiro e 03 de março e ouviu 1.019 inadimplentes.

Em caso de falecimento
O Código Civil diz que uma pessoa pode herdar bens, direitos e obrigações, então ela é sucessora à família, porém o herdeiro não será incluso no serviço de proteção ao crédito. “O herdeiro poderá executar um espólio, que é o que vai gerar a herança. Caso a dívida seja contestada na Justiça serão avaliados os bens para a penhora, pagar as dívidas ativas”, diz Juliano. Os bens vão para leilão, é retirado a parte para o pagamento da conta e também o custeio do leilão; o valor restante é repassado para o herdeiro.