Agência do Trabalhador de Campo Largo atende em média 350 pessoas por dia em busca de emprego. Crise econômica e mão-de-obra qualificada dificultam a recolocação no mercado.
23/03/2016
A crise econômica que o país atravesa atinge empresas, através da alta taxa de impostos, que acabam por não ver escolha e diminuem o quadro de funcionários. Com isso, o grande número de desempregados e a baixa oferta de vagas faz com que se torne ainda mais difícil a recolocação no mercado de trabalho.
O gerente da Agência do Trabalhador de Campo Largo, Dorival dos Santos, conta que a agência chega a atender em média 350 pessoas por dia em busca de emprego, mas a oferta das vagas é baixa dentro do município. “Atualmente, em aberto, temos apenas 18 vagas que exigem um perfil – experiência na área, cursos técnicos ou faculdade, ou são destinadas à pessoa com deficiência. Nós conseguimos mandar para entrevista nas cidades próximas, mas a grande maioria prefere ficar na cidade, pois ir para cidades vizinhas gera custos”, explica.
Atualmente, a Agência tem prestado mais serviço de Seguro Desemprego à encaminhamentos para vagas efetivas. “Há semanas que recebemos a oferta de apenas uma vaga. Para a linha de produção, hoje, não temos vagas”, diz Dorival.
No ano passado, a taxa de desemprego no Brasil ficou na casa de 8,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e no quarto trimestre subiu para 9%, sendo a maior desde o início da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (Pnad Contínua), em 2012. A pesquisa mostra ainda que o número de empregados com carteira assinada na rede privada caiu de 36,6 milhões em 2014 para 35,7 milhões em 2015. O número de desocupados também apresentou crescimento de 27,4% em relação a 2014.
A qualificação é peça chave para a recolocação no mercado, e uma opção é buscar cursos técnicos gratuitos. Em Campo Largo, há opções de cursos oferecidos pelo Sebrae e pelo Senai.
Vagas temporárias
Apesar da data comemorativa de Páscoa se aproximar, a Agência do Trabalhador ainda não recebeu nenhuma vaga para serviços temporários. “Muitas empresas e lojas estão recolhendo currículos e não abrem processo aqui na Agência para vagas temporárias”, conta o gerente.
A Páscoa neste ano é a mais cara, desde 2003, e apresentou variação de preço nos produtos comemorativos de até 26%. Em vista do ano passado, o preço do chocolate aumentou cerca de 13,3%, segundo a Confederação Nacional do Comércio. Para este ano a previsão de vendas é menor já que o poder aquisitivo da população é menor, com isso a geração de vagas temporárias também caiu.