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Indústria da Louça e Vidro perde o ícone José Canisso

Indústria da Louça e Vidro perde o ícone José Canisso

19/01/2016

Por Luis Augusto Cabral

Um nome forte da indústria da Louça e do Vidro do Paraná, empresário, administrador de empresas e bacharel em Ciências Jurídicas, José Canisso (67) faleceu na segunda-feira (11). Ex-presidente do Sindilouça - Sindicato das Indústrias da Louça, Cerâmica e Vidro do Paraná, Canisso foi um dos mais expressivos representantes da indústria paranaense, junto ao Governo Federal, tendo desempenhado importante papel na defesa dos interesses do Estado.
Uma perda significativa para a indústria da Louça e do Vidro do Estado, Canisso participava diretamente do comando do Sindicato da categoria, desde os anos 80, tendo sido eleito presidente da entidade, pela primeira vez, em 1990. À frente da entidade patronal, Canisso se destacou com a organização de todas as edições da Feira da Louça, bem como na defesa do produto cerâmico e de porcelana do País, contra o produto importado da China.

História
Desde o final da década de 80, Canisso passou a fazer história no setor. Em 1988 ele iniciou suas atividades profissionais na Lorenzetti Porcelanas Industrial Paraná, como Superintendente de Relações Industriais. Nesse mesmo período começou a participar no Sindilouça/PR como representante da empresa nas negociações coletivas de trabalho e como Delegado Representante do Sindicato junto à FIEP - Federação das Indústrias do Estado do Paraná. Foi eleito pela primeira vez presidente do Sindicato, em 1990, cargo que ocupou até outubro do ano passado.
Em apenas dois mandatos Canisso não esteve à frente do Sindilouça, desde 1990, aparecendo como vice-presidente na diretoria da qual foi presidente o empresário José Maria de Arruda Botelho. A Feira da Louça, festa anual de promoção da indústria campo-larguense, era uma das principais preocupações de Canisso, que trabalhava o evento praticamente o ano inteiro. Tão logo terminava um evento, já começava a articular o evento do ano seguinte. Foi assim durante 25 anos em que esteve à frente da entidade.
Um dos principais articuladores da instalação do gás natural em Campo Largo, Canisso defendia com garra a ideia de que a matriz energética da indústria da louça e da porcelana no Estado tinha que ser esse combustível. Com a acentuada perda de mercado do setor pela cerâmica/porcelana originárias da China, iniciou em 2007 a defesa da implantação de uma lei Antidumping, no País, luta esta que se estendeu até janeiro de 2014 quando foi concedida aplicação da defesa do produto nacional, através da Resolução Nº  03  - CAMEX – Câmara do Comercio Exterior.
Canisso também é um dos responsáveis pela criação do Sindicato do Comércio Varejista de Campo Largo, da Comissão de Conciliação Prévia de Campo Largo e da Associação de Empresários do Itaqui. Até recentemente exerceu os cargos de presidente do Sindilouça-PR, vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e do Turismo do Paraná; Delegado representante do Sindilouça/PR na Federação das Indústrias do Paraná; Delegado representante do Sindicato dos Armazéns Gerais do Paraná, na Federação do Comércio de Bens, Serviços e do Turismo do Paraná; Vogal na Junta Comercial do Paraná; Conselheiro da Comissão Tripartite do Ministério do Trabalho e Conselheiro da Previdência Social.
O atual presidente do Sindilouça, Egon Antonio Torres Beg, falando em nome de todos os empresários do setor, lamentou profundamente a morte de Canisso, destacando o trabalho desenvolvido pelo companheiro e amigo, durante os mais de 25 anos dedicados por ele, à defesa dos interesses do Estado e, particularmente, de Campo Largo e da indústria local. Lembra que Canisso foi um ícone na defesa intransigente da indústria da Louça, Cerâmica e Porcelana do Paraná.
O prefeito de Campo Largo, Affonso Portugal Guimarães, também lamentou a morte de Canisso, como personalidade da indústria campo-larguense.
Para o jornal Folha de Campo Largo, Canisso, além de importante fonte de matérias de Economia, política e da indústria local, era um amigo que, sempre que estava em Campo Largo e tinha uma folga, visitava a Redação para bater papo, contar as novidades. Numa das últimas visitas, relatou, dentre outros assuntos, sua visita a vários países, inclusive à China, em 2014, sempre focado na indústria e no comércio de produtos cerâmicos e de porcelana, em todo o mundo.