28/11/2015
Na manhã dessa terça-feira (24), o deputado estadual Alexandre Guimarães participou de audiência pública sobre a substância que tem sido chamada de “pílula do câncer”. Promovida pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), a pedido do deputado Nereu Moura, a reunião contou com a presença de parlamentares, representantes do governo do estado e sociedade.
O objetivo da reunião foi discutir a polêmica em torno da distribuição da fostoetanolamina sintética, descoberta pela Universidade de São Paulo (USP) e que teria capacidade de reverter tumores e quadros cancerígenos. A substância não passou por todos os testes necessários e não tem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser usada como medicamento. Ainda assim, pacientes conseguiram ter acesso por meio de decisões judiciais, inclusive no estado do Paraná.
“O assunto é delicado, especialmente porque não passou por todos os testes comprobatórios, como ouvimos na audiência hoje. Não há segurança sobre a eficácia da substância no tratamento e nem sobre outros efeitos no paciente. Acredito que a saída agora seja investir na continuação do estudo, porque se ela é uma saída para o câncer, estamos falando de uma revolução na medicina”, comenta Guimarães, que é vice-presidente da Comissão de Saúde.
A Comissão se comprometeu a acompanhar as discussões e declarou ser favorável a que se continuem os estudos.
Até oito anos para comprovar eficácia
A USP de São Carlos já realizou testes, principalmente em animais. Porém, segundo a Anvisa, o caminho para a fostoetanolamina ser aprovada como medicamento passa por várias etapas comprobatórias que não foram cumpridas, o que caracteriza como ilegal sua distribuição.
De acordo com técnicos da Secretaria de Estado da Saúde no Paraná, o processo de testes levaria de seis a oito anos. Só depois disso é possível definir o efeito real da substância sobre o câncer.