A enfermeira e coordenadora da UTI Neonatal do Hospital do Rocio, Ana Lucia dos Anjos Lima da Silva, e a nutricionista Camila Soares Augusto foram as idealizadoras desta campanha. Elas realizaram um encontro na quinta-feira (05) que reuniu 39 mulheres, gestantes ou já com bebês, para estimular a doação de leite materno e falar sobre a importância dessa ação.

 

Elas explicam que o leite materno evita infecções durante a internação e pós-alta, evita alergias, intolerância ao leite animal, diminui o tempo de hospitalização, o bebê consegue ganhar peso mais rápido e previne infecções intestinais, além de estimular o desenvolvimento cognitivo, entre outros benefícios. Com o início dessa campanha, em agosto, conseguiram acabar com os casos de infecção intestinal nos bebês da UTI.

 

Camila comenta que hoje ainda é baixo o número de doações em Campo Largo e conseguem atender apenas 10% da necessidade. Atualmente apenas três mães estão doando e por isso precisam solicitar doações do Hospital Evangélico, mas que nem sempre podem atender a toda a quantidade. Ela então intercala a alimentação dos bebês com fórmulas de acordo com o diagnóstico de cada criança. Em média ficam internadas cerca de 60 crianças, mas já chegaram a ter 74 bebês na UTI neonatal. Se todos os bebês tivessem acesso ao leite materno reduziria também o tratamento com antibióticos. 

 

Algumas mães vão ao Hospital para retirar leite para amamentar seus filhos e acabam também doando. Mas muitas, abaladas emocionalmente, não conseguem estimular a produção de leite e o bebê acaba dependendo da alimentação por fórmula ou da doação.

Independente da quantidade, toda doação é bem-vinda, levando em consideração que muitos bebês consomem poucos mililitros. Ana e Camila costumam dizer que cada gota vale ouro. Um litro de leite alimenta 20 bebês prematuros extremos por 24 horas. “E isso faz uma grande diferença na vida deles”, enfatiza Ana Lucia. Ela comentou que já teve uma mãe que conseguia doar cerca de 700ml por dia, o que era motivo de grande comemoração.

 

Como funciona

 

Ana Lucia conta que esta campanha é em parceria com o Hospital Evangélico, responsável em pasteurizar (destruir microrganismos infecciosos) o leite para ficar próprio para o consumo.

Inicialmente a equipe do Hospital do Rocio avalia a saúde da mãe doadora, que não pode beber álcool, fumar, nem estar tomando remédio. Ela recebe orientações de higiene e um frasco etiquetado. A mãe deve colocar o leite no recipiente e congelar – pode ser abastecido por até dez dias, quando então deve ser feito o recolhimento pelo Hospital. O leite passa por testes no Evangélico para então ser pasteurizado e retornar ao Rocio.

Informações pelo telefone (41) 3136-2613.