04/11/2015
Doula campo-larguense vai realizar encontro no Parque
04/11/2015
No próximo dia oito de novembro (domingo), às 16 horas, será realizado o Primeiro Encontro sobre os Direitos da Gestante, no Parque Newton Puppi (Cambui). Organizado pela doula campo-larguense Caroline Ansak (22), filiada ao grupo Doula Curitiba, o encontro é aberto a toda a população e tem a expectativa de reunir dezenas de gestantes e familiares.
Um dos objetivos do encontro é alertar as gestantes e seus familiares sobre os direitos da grávida antes, durante e depois do parto. Doula há quatro anos, Caroline explicou que seu trabalho propõe trazer para Campo Largo, o projeto Parto Humanizado, defendido pela ONG à qual pertence, o Doula Curitiba. Ela atende e acompanha gestantes inclusive nos hospitais da cidade e garante: “há relatos de violências sofridas pelas mulheres, na hora que mais precisam de atenção e carinho”.
Doula
A ONG à qual Caroline pertence, é um grupo de doulas independentes que tem por objetivo promover e divulgar o papel da doula no acompanhamento perinatal (gestação, parto e pós-parto) e oferecer informação atualizada sobre temas relacionados.
A palavra doula vem do grego e significa “mulher que serve”, sendo hoje utilizada para referir-se à mulher sem experiência técnica na área da saúde, que orienta e assiste a nova mãe no parto e nos cuidados com o bebê. Seu papel é oferecer conforto, encorajamento, tranquilidade, suporte emocional, físico e informativo durante o período de intensas transformações que está vivenciando.
“Nosso trabalho é, principalmente, informar a mãe sobre os direitos delas que não são respeitados.
Um desses direitos é o direito a acompanhante, que a maioria dos hospitais ignora. Outro é o alto índice de episiotomia, um corte cirúrgico com cerca de cinco a seis centímetros, realizado na região do períneo, para facilitar a passagem do bebê na última fase do processo expulsivo. Esse procedimento, no Brasil, chega a 53,5% dos partos, quando a Organização Mundial da Saúde recomenda seu uso em no máximo 10% dos casos”, explica. Ela adianta que, com esse procedimento, a mulher fica com uma cicatriz para o resto da vida, muitas vezes sem ao menos ter sido consultada sobre a necessidade ou autorizada a incisão.
Outro procedimento que ela defende, é o direito da mulher de se movimentar, antes e durante o parto. “Ela sempre é obrigada a ficar deitada, ter o parto na horizontal, quando a posição vertical é mais natural”, explicou. Ela também disse que as doulas são contra o uso desnecessário da Ocitocina sintética, o famoso “sorinho” ministrado à maioria das mulheres para “apressar” o parto. Disse que existem métodos não invasivos e muito simples de manter os níveis de Ocitocina natural em alta, que não envolvem agulhas ou qualquer procedimento médico.
Durante o encontro do próximo dia oito, Caroline espera que um grande número de gestantes participe, para que o projeto Parto Humanizado seja implantado em Campo Largo.
Serviço:
Contato com Caroline no facebook “parto humanizado campo largo”.