03/10/2015
O transplante salvou a vida de um representante comercial de Campo Largo
03/10/2015
Por: Danielli Artigas de Oliveira
No dia 16 de setembro um gesto de amor mudou a vida de Nilson José Dybas, de 43 anos de idade, representante comercial no ramo de construção em Campo Largo. Os médicos lhe deram pouco tempo de vida, mas “como um presente de Deus”, como ele diz, logo conseguiu um doador compatível para passar por transplante de fígado.
Ele conta que há quatro meses foi ao Pantanal e 20 dias depois de voltar começou a amarelar e inchar, mas não sentia dores. Conversou com um amigo farmacêutico que o orientou a procurar um médico, porque ele poderia estar com malária. Ele chegou a ficar dois meses internado em Curitiba e não descobriam o que ele tinha, mas a possibilidade de malária tinha sido descartada. Recebeu alta, mas teve erisipela na perna e voltou ao hospital, com apenas 20% do rim funcionando.
Novamente voltou para casa e dez dias depois procurou outro hospital em Curitiba, quando logo viram que estava com problema no fígado. “Descobri, através do meu médico, o Dr. Nertan Tefilli, do hospital São Vicente, que meu problema de saúde era Estriatose Hepática, gordura no fígado, e que a única solução seria o transplante. O meu sangue é AB+, raro, em que somente 2% da população tem, onde fez aumentar a preocupação. Fui cadastrado para o transplante, através do sistema SUS de transplante, dia 23 de julho e já entrei em 2º lugar na fila devido à gravidade em que me encontrava”, relata.
As causas dessa gordura no fígado, de acordo com o médico, podem ser várias, como stress, alimentação, por ele ter feito redução de estômago, entre outras causas ou combinações delas. “Emoção foi receber a ligação da equipe do meu médico, na noite do último dia 15, solicitando que eu fosse imediatamente ao hospital para iniciar os preparos para o transplante e que o órgão, o fígado, viria de Londrina”.
O médico o orientou que 85% dos casos de transplante dão certo, os outros 15% há chance do organismo rejeitar o novo órgão. “Foi uma coisa divina. Tive uma recuperação rápida. Depois da cirurgia, que foi longa, de oito horas, fiquei só 15 horas na UTI e geralmente precisa de três dias de recuperação. O tempo estimado era ficar 20 dias internado no hospital e fiquei apenas nove. Hoje já estou me alimentando bem, caminhando”, detalha.
Nilson está morando com a irmã e ainda precisa ficar dentro de casa por dois meses, sem muito contato com as pessoas, ou usando máscara e luvas, para não pegar bactérias. “Através do jornal quero alertar as pessoas para que conversem com seus familiares sobre a importância de ser um doador, já que como eu, que nunca imaginei que um dia estaria em uma fila de transplante para poder viver. Quero trabalhar e ajudar para que outras pessoas também imaginem que possam ser um transplantado como eu”, enfatiza.
Para ele, “é uma tristeza as pessoas não doarem, porque deixam de salvar vidas. Hoje mudei minha vida completamente e quero fazer campanha, camisetas alertando sobre como funciona e que as pessoas sejam doadoras para salvar outras vidas. Sou muito grato a Deus”, conclui.