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Sindimovec II

03/10/2015

Práticas antissindicais são violações de direitos humanos, diz jurista na audiência
 

Sindimovec II

03/10/2015

O representante da Comissão Estadual da Verdade, advogado Daniel Godoy, apresentou os resultados das investigações acerca da atuação das montadoras durante o período da ditadura e a perseguição à atuação e organização sindical dentro das empresas naquela época. Comparou com as atuais ações da empresa e sugeriu um encaminhamento das denúncias à Corte Inter-Americana de Direitos Humanos. “A luta pelo direito de organização sindical deve ser colocada no âmbito da luta pelos direitos humanos”.

O vereador Dirceu Mocelin parabenizou a iniciativa do Sindimovec e condenou as atitudes da Fiat com os trabalhadores e a população de Campo Largo. Segundo o vereador, “a atitude da empresa é um desrespeito com a população e a cidade, que acolheu a empresa com incentivos e benefícios de todo tipo”.

Roni Bosco, representando o deputado Tadeu Veneri, reafirmou o apoio do parlamentar ao sindicato, e declarou “que as violações dos direitos são graves e espantosas de acontecer ainda hoje”. Ainda usaram a palavra várias lideranças sindicais que também repudiaram as práticas abusivas e manifestaram apoio ao Sindimovec.
 


O caso na visão do trabalhador

Por fim, um ex-funcionário, que exercia cargo de liderança na Fiat, relatou ter sido vítima da conduta antissindical da empresa. “Eles me coagiam a falar para os meus funcionários que eles desistissem (de se filiar), que não era legal estar associado, que o sindicato era baderneiro, entre tantas coisas. Eu falava: não! Eles são livres para se associar em qualquer associação, sindicato, enfim. E eu sei que fui demitido por causa disso.

A mobilização continua

Na etapa final dos trabalhos, foram aprovados um conjunto de encaminhamentos para o prosseguimento da mobilização em defesa da liberdade de atuação sindical e contra as práticas antissindicais da Fiat. Entre os encaminhamentos, será enviado um documento da Câmara Municipal à Fiat, solicitando o fim das práticas abusivas e concitando a empresa para que retome as negociações; a intensificação do trabalho de denúncia nas plantas da Fiat no país e no exterior; a elaboração do Dossiê Fiat-Brasil a ser remetido para OIT, Congresso Nacional e Corte Inter-Americana; a continuidade do trabalho de mobilização e conscientização dos trabalhadores da Fiat e da população de Campo Largo sobre os motivos do impasse nas negociações; a convocação e preparação da Audiência Pública no Senado. Além disso, o reexame de benefícios e incentivos fiscais aprovados pela Câmara Municipal para a instalação da Fiat na cidade e, também, a proposta de criação de lei a fim de retirar qualquer benefício fiscal concedido a empresas que adotem comportamentos abusivos e contrários à liberdade dos trabalhadores.

O vereador João Marcos e o presidente do Sindimovec, Adriano Carlesso, finalizaram a audiência agradecendo os presentes e reafirmaram a disposição para prosseguir a luta pela Justiça e pelo fim das arbitrariedades da Fiat.