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Calçadas

Quem tem dificuldades para locomoção sofre em Campo Largo. Muitos são os problemas de acessibilidade e trânsito de pedestres nas calçadas
 

Calçadas

21/09/2015

Por Luis Augusto Cabral

Andar pelas ruas e calçadas de Campo Largo não é fácil para qualquer pessoa, mas é pior ainda para quem tem alguma dificuldade de locomoção. Desníveis, falta de rampas, postes, tapumes, buracos, pedras soltas, tudo o que não deveria existir sobra no centro da cidade. Há casos de quedas e perigo de acidentes com deficientes visuais e idosos, principalmente. A Prefeitura, informou que tem projetos de mudanças, que devem melhorar a locomoção das pessoas, a partir de 2016.
Sueli de Fátima Beber (56) tem dificuldades de locomoção. Acometida de Poliomielite aos dez meses de idade, ela sobreviveu, mas tem que enfrentar, todos os dias, as barreiras físicas que as cidades impõem aos cidadãos com restrições motoras. Ela é campo-larguense, viveu cerca de 13 anos em Curitiba e lá ajudou, com críticas e sugestões, a melhorar a acessibilidade da cidade. De volta à sua terra, ela critica as dificuldades de locomoção nas ruas e calçadas do Centro, principalmente.

Problemas
“Tem muita coisa errada em Campo Largo. Tem uma guia na Clotário Portugal com Joaquim Ribas de Andrade, por exemplo, que tem um poste impedindo a passagem. Como é que um cadeirante vai transitar por aquela calçada?”, pergunta Sueli, indignada com o problema. Ela chama a atenção para a situação, que, inclusive, pode causar acidentes graves, ferindo as pessoas. “Os acidentes estão deixando muita gente paraplégica. Não é só 10% da população que tem deficiência motora, esse percentual já é de 17%, por causa desses acidentes. É preciso olhar para essa parcela da população e adequar a cidade”, disse ela.
Sueli pediu ajuda da Reportagem da Folha, para que a Prefeitura Municipal seja informada da necessidade de parte importante da população, que tem restrições motoras, como ela. A Reportagem procurou a Secretaria de Desenvolvimento Urbano de Campo Largo, para ver o que está sendo feito para solucionar o problema. O secretário Daily Reinke informou que esse problema está no centro das atenções da sua Pasta e que todos os casos deverão ter solução em breve. “Estamos começando com um projeto modelo, no Chafariz, mas já em 2016 vamos iniciar a troca de quase toda a pavimentação do centro da cidade”, explicou ele.

Projetos
Daily disse que já está pronto um projeto para padronizar as calçadas de toda a cidade e que, no início de 2016, vai substituir todo o pavimento da Praça Atílio de Almeida Barbosa (Matriz), a mais danificada, devido às raízes das magnólias. O projeto contempla, inclusive, a readequação do Calçadão das XV de Novembro, e sua extensão, desde a Gonçalves Dias até a Domingos Cordeiro e a implantação de uma Via Calma, na Marechal Deodoro, que passará a ter apenas um lado para estacionamento. Do outro lado, a calçada será ampliada.
Além das intervenções nesses locais, a Prefeitura, através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Secretaria de Obras, vai revisar todas as calçadas da região central e adequar as rampas e guias. “Já estamos fazendo isso, aos poucos, mas a partir de 2016 o faremos com maior volume”, disse o secretário. Ele adiantou que as questões como o poste no meio da calçada, onde houver esse tipo de problema o poste será realocado. Adiantou, ainda, que a Fiscalização será reforçada para coibir abusos, como lixeiras fixas sobre as calçadas, que é outro problema recorrente, no centro da cidade.
Lembra o secretário que a Prefeitura firmou convênio com a ABCP – Associação Brasileira de Cimentos Portland, para treinamento de calceteiros, os quais já estão atuando na reforma do calçamento do Chafariz. Disse que o projeto de revitalização visa, principalmente, as calçadas das ruas entre a Francisco Xavier de Almeida Garrett e a Arlindo Chemim, num primeiro momento, mas contempla toda a área central da cidade.