Terça-feira às 26 de Novembro de 2024 às 07:49:19
Geral

Crise econômica

12/09/2015

Comerciante campo-larguense reclama da crise econômica
 

Crise econômica

12/09/2015

Por: Luis Augusto Cabral

Sete funcionárias em 2014, cinco em janeiro de 2015, quatro a partir de março. Reduzir a despesa com a Folha de Pagamento foi apenas uma das soluções difíceis para o empresário Vladmir Zamboni, o “Nenê”, dono de uma das melhores lojas de confecções da cidade, para equilibrar o orçamento. “Não é fácil você ter que demitir, mas chega a hora que não há outra solução”, explica ele, adiantando que fez outros ajustes, mas mesmo assim está difícil atravessar a crise.

“O ano de 2014 já foi de crise, mas em 2015 está sendo muito pior, o faturamento caiu mais de 25%, 30%, as despesas fixas aumentaram e mesmo reduzindo em 20% a margem de lucro as vendas não reagem na mesma proporção”, explica ele, adiantando que “as pessoas estão consumindo menos, estão adiando as compras e focando nos produtos de primeira necessidade. Roupas, que é o meu ramo, nesse caso passa a ser supérfluo”.

Futuro
“Como a maioria dos empresários do comércio, eu já cortei onde deu, na Folha, na linha de produtos na negociação com os fornecedores, com as empresas de cartão, onde consegui uma redução de 0,7% nas taxas, e até no tempo em que o aparelho de ar condicionado fica ligado. Felizmente não pago aluguel do ponto, se tivesse que pagar não sobraria nada no final do mês”, explica ele, ao discorrer sobre a gravidade da crise.

O empresário não vê perspectivas de melhorias, a curto prazo. Para ele, “se não houver mudanças importantes na condução da economia do País, muitas empresas vão fechar, nos próximos meses. Mesmo que haja mudanças, ainda vamos levar uns dois ou três anos para a economia se recuperar totalmente”, explica ele.

“É preciso mudança não apenas na Economia, mas também na Política. Precisamos de exemplos de seriedade, de honradez, de honestidade. A população precisa ter confiança para poder comprar, para poder fazer a economia girar”, explica o empresário. Para ele, é a população mais carente que mais vai sofrer com a crise, “porque, como as coisas estão caminhando, vai chegar a hora em que vai faltar dinheiro para por o pão na mesa”, vaticinou.

“Nenê” se disse muito preocupado e decepcionado com a situação do País, e que, como ele, muitos empresários estão trabalhando no vermelho, mas não sabe até quando esta situação pode perdurar.