08/09/2015

Por Danielli Artigas de Oliveira


Com as obras de macrodrenagem do Rio Cambuí, iniciadas em 2012 e até hoje sem conclusão, muitos moradores com residências às margens do Cambuí reclamam da paralisação das obras, das ligações irregulares de esgoto, da poluição, de travessias sem segurança e o risco de enchentes. Segundo informações da Prefeitura de Campo Largo, o recurso de quase R$ 8 milhões para a obra ainda está garantido e até agora foram usados cerca de R$ 210 mil.

O projeto, que previa construção de reservatório (barragem), travessias, pavimentação, paisagismo e canalização já parou e recomeçou algumas vezes, descontentando os campo-larguenses. O objetivo é que com a obra se prevenissem as enchentes recorrentes na região. Com as obras deveria haver um trabalho em parceria com a Sanepar afim de encontrar ligações irregulares de esgoto e tomar providências.

Além de problemas que devem ser resolvidos por órgãos públicos, também é necessário um trabalho de conscientização da população, pois é observado no Rio objetos e lixo jogados, como além dos esgotos clandestinos e despejo de águas servidas das residências.

Um grande questionamento dos campo-larguenses é sobre o investimento que já teria sido feito para a macrodrenagem, sem na verdade terem realizado a obra. A Folha entrou em contato com a assessoria da Prefeitura Municipal de Campo Largo buscando respostas. Segue informações na íntegra:

“A Prefeitura de Campo Largo traz a tona a verdade sobre as obras de Macrodrenagem do Rio Cambuí. Primeiro é preciso relembrar que, em 2010, durante o Governo Edson Basso, foi anunciada a realização da obra. Em 2011, foi firmado convênio entre o Município e o Ministério das Cidades, no valor de R$ 8.458.575,43, através do Termo de Compromisso do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
Em 2012, a obra foi licitada e a empresa Viaplan Engenharia Ltda venceu a concorrência, com valor orçado para execução dos serviços em R$ 8.082.667,97.

Porém, durante o trâmite da liberação dos recursos, o Governo Municipal da época utilizou de um projeto antigo, datado de 1998, desatualizado e em desconformidade com as realidades urbanísticas da cidade. Neste projeto, o Município de Campo Largo teria que desembolsar cerca de R$ 3 milhões, de seus recursos próprios, para realizar obras não contempladas no projeto original como, por exemplo, a urbanização da Avenida do Canal.

A partir de 2013, já durante o Governo Affonso Guimarães, técnicos da Prefeitura encontraram erros durante e execução da obra pela Viaplan. Assim, a Viaplan e a Prefeitura de Campo Largo reincidiram o contrato, unilateralmente.

Agora a Prefeitura desenvolve a atualização do projeto de Macrodrenagem do Rio Cambuí com objetivo de corrigir os erros cometidos no passado. Para isso investirá cerca de R$ 400 mil. Os recursos serão provenientes do leilão de bens,em setembro deste ano. Essas alterações propiciaram economia de recursos públicos. Ao invés dos R$ 3 milhões previstos originalmente serão necessários cerca de R$ 900 mil, entre contrapartida e execução de novo projeto.

É importante restabelecer a verdade: dos cerca de R$ 8 milhões orçados para execução da obra foram pagos à Viaplan um total de R$210.688,28 após aferições realizadas por técnicos da Caixa Econômica Federal. Contrariando o que alguns afirmam levianamente, os recursos para essa importante obra estão garantidos, não foram gastos com nenhuma outra despesa pública e tampouco desviados.

Por fim a Prefeitura informa que foi solicitada a prorrogação do convênio para até novembro de 2016, e todos os esforços necessários são realizados para corrigir as falhas do passado e garantir a execução das obras de Macrodrenagem do Rio Cambuí, tão importantes para nossa gente campo-larguense”.