05/09/2015
‘Tio do Algodão’ morre aos 58 anos
05/09/2015
Por: Danielli Artigas de Oliveira
Desde a quinta-feira (27) muitos moradores da região do Itaqui, Jardim Itaqui, Lamback, Águas Claras, Loteamento Francisco Gorski, entre outros locais próximos, sentiram a falta de um homem muito querido. Quando escutavam “Tá acabando” já sabiam que ele estava ali, o Davi de Magalhães (58), chamado carinhosamente de Tio do Algodão.
Há muitos anos ele vendia algodão doce na região e era querido por todos, que muitas vezes compraram com ele para ajudá-lo. Para crianças que não tinham condições de comprar quem ajudava era ele, que dava um algodão doce ou até mesmo levava balas.
Quem o conhecia dizia que ele era muito religioso, estava sempre alegre. Ele chegava aos lugares dizendo: “Aproveite que ‘tá’ acabando. ‘Tá’ na promoção. ‘Tá’ acabando tudo” e sempre conseguia vender todo o estoque de algodão doce.
A família dele são as pessoas que passaram em sua vida, principalmente o casal Davi e Ilda Vieira. Davi conta que o Tio do Algodão veio há 34 anos de Cruzeiro do Oeste/PR para Campo Largo, com a mãe, que acabou falecendo. Sozinho, ele passou por dificuldades e estava meio perdido, sem saber o que fazer, sem trabalhar. Foi quando Davi e Ilda, que eram vizinhos e conheciam sua história, lhe acolheram. Construíram duas peças para ele morar junto com eles e Ilda ainda lavava a roupa dele e fazia comida.
“Nós cuidávamos dele como se fosse um filho”, conta Davi, que o registrou como zelador em sua empresa. Era nas horas vagas que ele saía vender algodão doce. Esse casal e os filhos passaram a se tornar a família do Tio do Algodão.
Todos ficaram muito chocados com a morte repentina dele e muitos estranharam que ele não aparecia para vender algodão doce. Ele teve uma gripe muito forte e ao fazer exames logo ficou internado, com pneumonia. Pouco mais de uma hora depois de ir para a UTI não resistiu e veio a óbito. Ele foi sepultado no Cemitério Parque Campo Largo, na Popular Nova.