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Agravamento da crise política preocupa movimento sindical

Agravamento da crise política preocupa movimento sindical

16/08/2015

No próximo domingo (16), há informações de que milhares de pessoas poderão ir às ruas, movidas por grupos que se dizem imparciais, para, mais uma vez, manifestar sua insatisfação e indignação contra a corrupção que envergonha o país. Por outro lado, não se vê qualquer manifestação dos mesmos grupos contra os desmandos do nosso governo estadual ou da nossa Assembléia Legislativa, o que soa muito estranho, tendo em vista que os movimentos se dizem contra a corrupção.

Fato é que precisamos, enquanto povo, tomar providencias e cobrar saídas aos nossos políticos para que possamos encontrar formas de fugir da crise econômica, fazendo pressão para que o trabalho seja em favor dos anseios do povo, e não na defesa de interesses de pequenos grupos, tão somente, como é o que parece.

A situação atual está em um patamar que, para alguns, chega a ameaçar o mandato da presidente da República. Mas, por outro lado, a grande imprensa não fala o mesmo a respeito do que se passa em nosso governo estadual, fazendo com que a grande briga contra a corrupção se pareça mais com uma briga entre grupos políticos. A grande realidade é que, no âmbito nacional, parece não haver acordo entre o executivo e legislativo, o que faz com que nossa política se torne um verdadeiro caos.

Além da crise ética e moral, os atuais governos, tanto estadual como o federal, impõe à sociedade a pior equação: recessão com inflação alta, juros altos e corte de investimentos nas áreas essenciais e desemprego crescente. Enquanto isso, o governo e aliados concentram esforços na reação ao discurso de impeachment classificando-o, de “vale-tudo” na política.

Parte das ações do governo federal para sair do “cerco” que tenta enfraquecê-lo, é retomar a aproximação com os movimentos sociais, organizando, inclusive, ato político para esta semana, batizado de "diálogos com movimentos sociais", que reunirá sindicalistas, estudantes, sem-terra, quilombolas, trabalhadores rurais e até religiosos. Dentre as centrais sindicais confirmadas, a CUT e CTB. No dia 20, todos estarão juntos, novamente, desta vez em um "ato pela democracia", com o objetivo de carimbar como "golpe" a tentativa de tirar Dilma do Planalto.

Enquanto sindicalista, o presidente do Sindimovec (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Montadoras de Veículos, Chassis e Motores de Campo Largo), Adriano Carlesso, vê com preocupação a forma como o debate político tem se desdobrado no Brasil. “Nós estamos em uma crise econômica que afeta as empresas e explode nas mãos do trabalhador, que é penalizado com demissões. Além disso, há vários projetos que estão aí para lesar ainda mais a classe trabalhadora, como é o caso do PL 4330, sem contar vários outros que contém o objetivo de retirar direitos dos trabalhadores. E ainda se vê essa crise sendo agravada pela falta de entendimento entre governo e Congresso”, analisa.

O sindicalista lembra que o País, em outros episódios de crise político-econômica, precisou contar com a força da classe trabalhadora e empresarial para sair da maré ruim e voltar a caminhar nos trilhos. “Tudo indica que isso vai se repetir dessa vez também. A classe produtiva é que chama para si, mais uma vez, a responsabilidade que outros também teriam a não a praticam”, e, enquanto povo, espera-se, no mínimo, que os políticos unam os mesmos esforços para sair desta situação, avalia.

Para o representante dos quase 200 trabalhadores metalúrgicos de Campo Largo que já sofreram na pele as conseqüências da crise por causa das demissões, será preciso um grande compromisso nacional para evitar o “fundo do poço”. “O governo deveria deixar de lado interesses corporativos e governar o País, fazer a engrenagem andar, assim como a oposição deveria parar de fomentar o ódio e a criminalização de somente um partido e colaborar para a melhoria da situação. Ou todos se unem, como verdadeiros brasileiros, com a intenção de salvar o País, ou vamos todos ladeira abaixo”, pondera.