07/08/2015
Após o debate sobre as práticas antissindicais da Fiat ocupar o espaço da Tribuna Livre do Legislativo de Campo Largo em julho, o tema agora será aprofundado e amplamente discutido em audiência pública que será realizada no município. O evento acontece no dia 25 de setembro, às 19h, com a presença de vereadores, autoridades políticas, Procuradores do Ministério Público do Trabalho, Magistrados e lideranças locais e regionais.
A audiência, foi possível graças ao apoio do vereador João Marcos (PR), que, sensibilizado, vêm acompanhando as questões trabalhistas e sindicais dos funcionários da Fiat Motores de Campo Largo (FCA Group), já apresentadas numa primeira audiência que ocorreu no dia 17 de junho na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná). Os debates vêm denunciando as práticas antissindicais da empresa e o desrespeito à organização dos trabalhadores.
Desde o início do ano, o Sindimovec luta para que a empresa reconheça os direitos dos trabalhadores, posicionando-se quanto à campanha salarial, até agora sem avanços e sem desfecho. Já são cinco meses de espera, desde que as negociações foram abertas. Enquanto isso, trabalhadores metalúrgicos das duas outras empresas representadas pelo SINDIMOVEC, já garantiram suas conquistas salariais neste ano, apesar do cenário político-econômico instável que o País enfrenta.
No entanto, a trajetória de atos antissindicais é uma luta bem mais antiga que, em 2015, superou todos os níveis de tolerância. Além de não reconhecer o papel do sindicato enquanto negociador das reivindicações dos trabalhadores, a empresa impede dirigentes sindicais de participar de reuniões onde se discutem as propostas salariais e incentiva, de várias maneiras, a desfiliação de funcionários, bem como, desestimula qualquer aproximação e vínculos com o Sindicato. “Em plena tentativa de diálogo, a Fiat ignorou totalmente o papel intermediador do Sindicato e decidiu apresentar, por conta própria aos trabalhadores, a mesma proposta que havia sido recusada pelo sindicato”, lembra Adriano Carlesso, presidente do Sindimovec.
Por causa desses e de tantos outros fatos, os debates públicos encampados pela entidade estão acontecendo e integram uma campanha ainda mais abrangente, que visa fortalecer o combate às práticas antissindicais da Fiat em todo o mundo. “Na primeira audiência, em que tivemos a participação do porta-voz da FIOM (Federação Italiana dos Metalúrgicos), ficou comprovado pelos relatos que os atos de desrespeito às instituições pela Fiat estão presentes em todas as plantas da empresa no País e ao redor do mundo. Por isso, este é o motivo da audiência: chamar todos os interessados para o debate o assunto para que haja um consenso, um compromisso em rever conceitos e nos pautarmos na construção de uma nova realidade”, reforça Carlesso, que recebeu também o apoio da vereadora
Lindamir Ivanoski (PSL), a única presente na primeira audiência sobre o tema na Alep. “Buscamos agora, sensibilizar a comunidade campolarguense ainda mais, porque o problema afeta trabalhadores e suas famílias daqui, e o Sindimovec, que sempre se pautou pelo compromisso com o desenvolvimento da cidade, entende que isso tudo prejudica esse progresso que todos almejam”, conclui.