26/07/2015
Crise não afeta todas as empresas da mesma forma
26/07/2015
Por: Luis Augusto Cabral
Enquanto algumas empresas estão demitindo ou dando férias coletivas aos trabalhadores, outras estão em plena produção. Isso torna ainda complicado o trabalho dos sindicatos, que lidam com duas realidades distintas, num mesmo ramo, para estabelecer uma pauta de reivindicações para a categoria. Há, segundo Adriano Carlesso, presidente do Sindimovec, até reflexos da operação Lava Jato, na situação de algumas empresas e no mercado como um todo.
Carlesso destaca situações como a da Caterpillar, que está demitindo porque o mercado parou e da Metalsa, que produz chassi para caminhões Volvo, em situação semelhante, em contraste com a FPT - Fiat Powertrain Technologies, que navega na contramão da crise e está fornecendo motores EtorQ 1.8, fabricados em Campo Largo, para os Jeep Renegade, da Chrysler, montados em Pernambuco. “A FPT está, hoje, com o maior número de trabalhadores, quase 500, enquanto que na Caterpillar mais de 100 perderam o emprego”, explica.
Crise
Todos os problemas produzidos pela crise, segundo Carlesso, afetam em primeiro lugar o trabalhador, que perde o emprego. “Não temos esperança de que ela [a crise] seja passageira. Isso é coisa para pelo menos um ano. O Governo está tentando resolver o problema, preservar os empregos, mas só a reação do mercado, as exportações, podem apontar para o fim da crise”, explica.
Sobre as dificuldades para pedir o Seguro Desemprego, em Campo Largo, problema enfrentado pelos trabalhadores, com longas filas e demora no atendimento, Carlesso disse que se reuniu com representantes da Agência do Trabalhador e da Prefeitura Municipal, e sabe que a responsabilidade é do Estado, que não disponibiliza pessoal em número suficiente, lembrando que a Prefeitura se comprometeu a remanejar funcionários para trabalhar na Agência do Trabalhador, e solucionar o problema. Disse, ainda, que o Estado se comprometeu a realizar mutirões, para atender os trabalhadores.