Secretaria de Assistência Social busca solução para indígenas que acampam na cidade
10/07/2015
A situação dos indígenas que se apresentam em grupos rotativos em alguns períodos do ano em Campo Largo foi amplamente discutida durante reunião agenciada pela Secretaria de Assistência Social de Campo Largo na sede do Governo Municipal, na última segunda-feira (06).
Participaram a secretária da pasta, Noeli Parchen; a Coordenadora dos Direitos dos Indígenas da Funai, Azelene Kring Inacio Kaingáng; o Cacique Pedro Benedito Abreu e o vice-cacique José Natanh Pinheiro da Aldeia Indígena Faxinal de Cândido de Abreu/PR; a Coordenadora do CREAS Regina Moro; o Coordenador da Proteção Especial Alexander Stradioto; a advogada Jocinéia Zanardini; a Coordenadora do Centro POP Gisele Souza; a orientadora do Resgate Social Adriana Alves e a Diretora do departamento de Assistência Social Daniela Pagno.
A reunião teve por objetivo a busca de alternativas que garantam mais proteção aos indígenas, especialmente às crianças, garantindo-lhes melhores condições de vida e segurança. Originários da tribo Kaingáng, do norte do Paraná, eles vêm com frequência a Campo Largo e atualmente estão acampados na área da Rodoviária, expostos às intempéries e ainda aos riscos de dependência química e à falta de segurança. Há relatos de que as crianças são vistas subindo e descendo dos ônibus pela porta traseira correndo o risco de serem atropeladas. Além disso, as mesmas crianças seguem sem frequentar a escola, passando o dia produzindo e vendendo artesanato ao lado da família. Por estas razões a Secretária Noeli Parchen promoveu a reunião para a qual foram convidadas todas as pessoas envolvidas com a questão.
Questionado, Cacique Pedro disse que não tem como controlar a saída dos indígenas da aldeia porque, ao contrário do que ocorria antigamente onde havia o registro de saída e previsão de retorno, hoje todos são munidos de documentos, dispensando esta necessidade. Disse ainda que a falta de perspectivas de vida na aldeia leva-os a buscar alternativas para aumentar a renda que é precária - cerca de R$120,00 por família. Os índios recebem Bolsa Família e cestas básicas, estas, porém, em número insuficiente para atender todas as famílias da aldeia que somam cerca de 700.
Em Campo Largo, por meio da Secretaria de Assistência Social, é feito um amplo trabalho pelas equipes do CREAS e do Centro POP junto aos grupos indígenas, incluindo a abordagem social para orientações quanto à situação de vulnerabilidade a que estão expostos, além de disponibilizar o equipamento do Centro POP para lavanderia, banho e alimentação. Contudo, não há no município uma casa de passagem onde eles possam pernoitar, a exemplo das encontradas em grandes cidades e capitais como Curitiba. “Aqui eles ficam expostos, dormindo sob lonas”, destaca a Secretária Noeli Parchen.
De imediato, a solução encontrada é um trabalho de conscientização das famílias sobre seus direitos e deveres, entre eles os cuidados com as crianças. Ficou acordado entre a representante da Funai e o cacique que ambos farão este trabalho - com suporte da Secretaria de Assistência Social sempre que necessário -, auxiliando as famílias a buscar melhores condições de vida.