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Geral

Daniel Jesuíno

14/06/2015

Ex-usuário de drogas hoje anda de cadeira de rodas e conta sua história
Daniel Jesuíno

14/06/2015

Por: Danielli Artigas de Oliveira

Daniel Jesuíno (53) sofre uma doença degenerativa, em que perdeu 85% do movimento das mãos e das pernas, nos últimos sete anos. Ele diz que ainda não há um diagnóstico correto, passa por vários exames para ver a origem da doença, mas os médicos acreditam que é pelo uso de entorpecentes. Daniel afirma que usou drogas dos 14 aos 40 anos de idade.
 
Admite que usava todo tipo de droga. Começou com cigarro aos 14 anos de idade por má influência dos amigos. Aos 17 anos começou a convivência com amigos em casas noturnas e acabou entrando logo no mundo das drogas. Ele era músico e conta que iniciou com maconha e bebidas alcoólicas, por incentivo dos companheiros.” A sensação era de êxtase, momentos com alucinações, bem-estar, fazia com que me se sentisse mais confiante até na música”, detalha.
 
Saiu de casa aos 18 anos e passou a ficar mais vulnerável aos amigos, principalmente traficantes. “Eles cuidam bem de você, usufruem de você até quando é interessante pra eles”, conta ele, que consumia e também vendia drogas para poder usar. Inclusive chegou a roubar pra poder comprar droga. “Todos roubam por causa da droga”, diz.
 
Foi aos 20 anos de idade que passou a ter outras companhias, quando começou com a cocaína. Com esse vício, ele mesmo passou a fazer uma droga com bicarbonato de sódio e cocaína, conhecida na época como Casca. Então ele estava aberto a conhecer todos os tipos de droga e diz que usou todas. 
 
Nesse período ele continuava o trabalho com música. Conta que sempre teve uma vida normal, dançava, tocava guitarra, bateria, jogava bola, namorava bastante, era capoeirista, skatista e surfista.
Por volta dos 40 anos começou a perder a coordenação motora das mãos e da perna. Fazia exames e não achava diagnóstico, o que acontece até hoje. “Tudo que você faz na infância e adolescência um dia vai vir o resultado. Você plantou, você vai colher”, afirma. Foi nessa idade que viu que estava no fundo do poço e precisava de ajuda, mas sabia que era ele mesmo que tinha que se ajudar. “Me olhei no espelho e entrei num acordo comigo mesmo”, relata ele, que parou com as drogas de uma só vez. A vontade de parar foi maior do que a vontade da droga, teve um psicológico muito forte.
 
Até este período ele morava em Ribeirão Preto e então veio para Curitiba a pedido da mãe e depois Campo Largo. Começou a frequentar a Igreja Brasil para Cristo. Gravou um CD Gospel há seis anos e foi com esse ganho que conseguiu até hoje sobreviver. Atualmente frequenta a Igreja Visão Missionária
 
Seu CD, que tem o título Deus de Israel, com músicas gospel de composição própria. São dez faixas. Daniel ainda faz palestra, há 10 anos, sobre uso de drogas e conta sua experiência em colégios, Igrejas, eventos.
 
Ajuda
Devido à limitação de movimentos, começou a usar bengala, depois um par de muletas e então passou a usar cadeira de rodas, há cinco anos. Mesmo com a cadeira de rodas ele tem sofrido para se locomover, pois não consegue mais empurrar a cadeira, precisa de uma automática. Ele tem contado com ajuda de amigos, pois depende das pessoas para poder comer, tomar banho, fazer as necessidades básicas. Recentemente foi abandonado pela família e ficou três dias sozinho, quando então fez denúncia e a assistência municipal colocou ele na Casa Lar dos Idosos para ter todo o atendimento necessário.
 
Um dos amigos que está lhe ajudando é Adriano Miguel. Ele conta que o Grupo Jovens Campo Largo está realizando uma campanha para ajudar Daniel. Estão vendendo uma rifa e até o momento conseguiram arrecadar R$ 2 mil, mas ainda faltam R$ 4 mil para conseguir comprar a cadeira motorizada. A rifa, com custo de R$ 2 por bilhete, vai sortear cerca de 25 prêmios, entre eles celular, passagem de ida e volta ao Beto Carrero para duas pessoas, batedeira, tanquinho, R$ 300 da loja Play, liquidificador, entre outros. Tudo que conseguiram arrecadar no comércio.
 
Informações e compra do CD e da rifa para quem puder ajudar pelo telefone (41) 9610-8465 com Adriano Miguel ou pelo 9696-4902 com Daniel, mas ele pede que neste número ligue várias vezes porque ele tem dificuldade em atender.