14/06/2015
Católicos comemoram Corpus Christi com festas nas paróquias
14/06/2015
Por: Luis Augusto Cabral
Milhares de católicos comemoraram o Corpus Christi, no dia quatro de junho, com as tradicionais procissões, onde o celebrante acompanha a exibição do ostensório, representando o dogma da transubstanciação, a hóstia consagrada que tornou-se o Corpo de Cristo. Durante a madrugada, os fiéis elaboram tapetes multicoloridos, com representações diversas da religião, que recebe o cortejo com tão importante peça litúrgica.
O Corpus Christi é uma festa decretada pelo papa Urbano IV, em 1264, que na época teve pouca repercussão, porque o Papa morreu em seguida. Mas a celebração se propagou nos anos seguintes até chegar em Roma, em 1350, quando tornou-se Universal. Representa a Eucaristia, um dos sete sacramentos, instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: “Este é o meu Corpo, isto é o meu Sangue, fazei isto em memória de mim”.
O dia
A Eucaristia foi celebrada pela 1ª vez na Quinta-Feira Santa e, por esse motivo, o Corpus Christi se comemora sempre numa quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade, com a celebração caindo, sempre, 60 dias após a Páscoa. Os tapetes são criados basicamente com serragem e tinta, pó de café, flores e outros objetos, dependendo da criatividade de cada grupo.
Em Campo Largo, como é tradicional, cada Paróquia realizou a sua comemoração, reunindo as capelas em torno da igreja-mãe. Os fiéis elaboram os preparativos, com a confecção dos tapetes multicoloridos, por onde as procissões passam.
Na Matriz da Piedade, foi celebrada Missa às 7h30min e, às nove horas, a Missa Campal, em frente à Matriz, seguindo-se da procissão pelas ruas Marechal Deodoro, Dom Pedro e XV de Novembro. Estima-se que, só na Matriz, mais de duas mil pessoas participaram do evento, um dos mais importantes da Igreja Católica.
Na Aparecida, os fiéis também acordaram cedo, muitos nem dormiram, para, durante a madrugada, confeccionarem os belos tapetes por onde, mais tarde, passou o cortejo. O mesmo aconteceu na Ferraria, na Rondinha, no Bom Jesus, cada uma marcando as festividades como tradicionalmente realizam.
Milagre
A História do Corpus Christi registra que um padre chamado Pedro de Praga, de costumes irrepreensíveis, vivia angustiado por dúvidas sobre a presença de Cristo na Eucaristia. Decidiu então ir em peregrinação ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo, em Roma, para pedir o Dom da fé. Ao passar por Bolsena (Itália), enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido pela dúvida. Na hora da Consagração veio-lhe a resposta em forma de milagre: a Hóstia branca transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o corporal, os sanguíneos e as toalhas do altar sem, no entanto, manchar as mãos do sacerdote, pois, a parte da Hóstia que estava entre seus dedos conservou as características de pão ázimo.
Por solicitação do Papa Urbano IV, que na época governava a igreja, os objetos milagrosos foram levados para Orviedo em grande procissão, sendo recebidos solenemente por Sua Santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico. A 11 de agosto de 1264, o Papa lançou de Orviedo para o mundo católico através da bula Transiturus do Mundo, o preceito de uma festa com extraordinária solenidade em honra do Corpo do Senhor, a festa de Corpus Christi.