31/05/2015
Muita emoção e histórias ao comemorar 102 anos de vida
31/05/2015
Por: Danielli Artigas de Oliveira
“Fui uma mulher muito forte, muito alegre. Sempre penso que amanhã vai ser ainda melhor que hoje. Sempre com esperança de uma vida boa, com saúde e dinheiro no bolso”, declara Pedrina Stoco Bizetto sobre seus 102 anos de vida, comemorados nesta segunda-feira (25).
Ela conta que nasceu na Ferraria e que eram em 12 irmãos, família de descendência italiana, mas apenas ela ainda vive. Ajudava trabalhando na roça, na plantação para produzir vinho e fumo. “Éramos pobres, mas alegres”, afirma ela, rindo ao lembrar que brincavam de sanfona com o gato.
Gostava de frequentar os bailes na Ferraria com uma irmã, mas lembra que tinham que agradar a mãe para poder sair e às 18 horas tinham que estar de volta em casa, caso contrário ficavam de castigo. Quanto às roupas, ela diz que usava vestidos feitos de sacos tingidos, todos compridos.
Aos 19 anos ela se casou e foi morar em Rondinha em uma chácara com Antonio Bizetto, com quem teve cinco filhos: Valdir, Anete, Doraci, Iraci e Edite. Seu genro Ari Bianco, marido de Anete, é também considerado um filho para ela, pois está sempre presente nas horas boas e difíceis. Pedrina tem nove netos, cinco bisnetos e um tataraneto.
Mesmo trabalhando na roça, sempre foi muito vaidosa e semanalmente pintava as unhas, geralmente de vermelho. Ela conta que todo final de ano ia com a família para Curitiba fazer compras e andava de bonde. “Campo Largo no meu tempo era uma cidade que não tinha nada de bom. Uma cidade pacata, mas segura”, diz, comentando que era época em que o Cadillac era um grande sucesso.
Como uma boa descendente italiana, gostava muito de fazer polenta, macarrão, frango com molho e comida no fogão à lenha.
Além de uma cuidadora, as filhas Doraci e Anete ajudam nos cuidados diários com ela, que ficaram maiores há três anos, pois Pedrina caiu e quebrou o fêmur, por isso não consegue mais andar. Todo final de semana a família se reúne para um almoço e até hoje, aos 102 anos, Pedrina gosta de estar de brinco e com as unhas pintadas.
Ela é uma senhora ainda muito lúcida, lembra de muitas histórias e diz que poderia passar o dia contando sobre sua vida. Reza diariamente, pela manhã e à noite, e tem um lema: “Tenha fé e coragem. Não desanime”.