02/06/2014
PIB estadual cresce mais que a média nacional, puxado pela indústria
02/06/2014
Fonte:AENPr
Foto:Divulgação/ANPr
O Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná cresceu 2,8% no primeiro trimestre deste ano no comparativo com o mesmo período de 2013. No acumulado de 12 meses o crescimento foi de 3,7%. As duas taxas foram puxadas pela atividade da indústria e são maiores que a média do Brasil.
Os números estaduais foram divulgados nesta sexta-feira (30/05) pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e revelam que o desempenho da economia do Paraná foi bem superior ao do País. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calculou o PIB nacional em 1,9% para o trimestre e 2,5% para os últimos 12 meses.
As estimativas do Ipardes mostram que nos primeiros três meses de 2014, a indústria do Paraná cresceu 3,9% e o setor de serviços teve expansão de 3%, enquanto a agropecuária ficou com uma taxa de 1,9% em razão das perdas provocadas pelo forte calor e falta de chuvas no verão.
PARANÁ COMPETITIVO - “A estrutura econômica paranaense permaneceu, entre janeiro e março, preservando fortes marcas associadas à maturação da carteira de mais de R$ 30 bilhões em projetos de investimentos industriais privados atraídos pelo programa Paraná Competitivo”, explica o economista do Ipardes, Francisco José Gouveia de Castro.
“No caso do Paraná Competitivo, convém sublinhar que trata-se do maior e mais diversificado portfólio do País, quanto ponderado pela amplitude econômica do Paraná, em confronto com inferência análoga feita para outros Estados”, completa o economista.
No quadro nacional, as performances mais destacadas neste início de ano foram da agricultura (4,8%), indústria (2,1%) e serviços (2,2%). Em relação à demanda, o destaque no País fica para os gastos da administração pública, com aumento de 3,4%. O consumo das famílias cresceu 2,2%, as exportações 2,8% e as importações 1,4%. Os investimentos caíram 2,1%, ficando em 17,7% do PIB, contra 18,2% do primeiro trimestre de 2013.
No acumulado de doze meses, encerrados em março de 2014, o crescimento do PIB paranaense foi de 3,7% e de 2,5% para o Brasil. No Estado, a indústria cresceu 3,9%, os serviços 3,8% e o segmento rural teve alta de 2,4%. No Brasil, a agricultura teve melhor desempenho (2,8%), o setor de serviços cresceu 2% e a indústria 0,8%.
ANÁLISE – O economista Francisco José Gouveia de Castro avalia que, mesmo com a quebra de safra e a reprodução dos sintomas de crise identificados no País, o Paraná também mantém maior dinamismo econômico em razão do mercado de trabalho aquecido e das obras de infraestrutura, principalmente de transportes, do governo estadual.
Para Gouveia de Castro, a “modesta performance nacional decorreu do esgotamento da política macroeconômica adotada desde fins de 2008, com a introdução de ajustes em 2011, que prioriza a elevação do consumo (público e privado) doméstico, em detrimento da ampliação da oferta, particularmente dos investimentos em capacidade produtiva e infraestrutura”.
O economista diz ainda que as medidas adotadas pelo governo federal na política econômica provocaram “o reaparecimento de mazelas consideradas superadas, com a exponencial subida dos déficits externo e público e a aceleração dos reajustes de preços, mesmo com o represamento populista dos itens administrados (energia elétrica, combustíveis e transporte público)”.
Ele alerta que o Paraná não está isolado dos problemas pelos quais o País atravessa e que há sinais de desaceleração das atividades industriais e comerciais no Estado. “No entanto, ainda que em meio à multiplicação de adversidades no cenário brasileiro, ampliadas com a frustração da safra de verão regional, a economia do Estado apurou ganhos bastante expressivos”, afirmou.
Para o economista, o desempenho paranaense pode ser atribuído ao um “conjunto de mecanismos e instituições capazes de, ao mesmo tempo, produzir defesas em períodos cadentes da economia brasileira e assumir funções de autênticas molas propulsoras em estágios de reativação da rota do crescimento”.
ECONOMIA – Ele diz ainda que mesmo com as dificuldades a produção industrial do Estado, mensurada pela Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do IBGE, cresceu 3,3% no intervalo janeiro-março do ano. O índice nacional ficou em 0,4%. Nos serviços, a receita nominal subiu 9,2% no Paraná, diante de acréscimo de 8,7% no País.
O valor em dólares das exportações paranaenses saltou 7,7% em 2014, contra decréscimo de 2,5% para o total brasileiro. Os incrementos mais relevantes nas vendas externas do Estado foram verificadas para soja em grão (83,1%), automóveis (75,5%), couros (37%) e farelo de soja (22,5%).
No mercado de trabalho, o Paraná foi o quarto maior gerador de empregos com carteira assinada no território brasileiro entre janeiro e março de 2014, respondendo por 13,24% das vagas líquidas abertas no Brasil, segundo pesquisa do Ministério do Trabalho e Emprego. “É notória a interiorização dos fluxos de mão de obra no Estado, retratada na participação de 70% do interior no número de postos formais criados no primeiro trimestre de 2014”, informa Gouveia de Castro.
A produção agrícola estadual caiu declinou 10,5% em consequência da estiagem do início do ano. As principais culturas prejudicadas foram milho (-16,1%) e soja (-5,6%). “As perdas físicas foram parcialmente compensadas pelo efeito renda, com a reação das cotações das duas commodities no mercado externo”, disse Gouveia de Castro. No comércio, o faturamento real do varejo paranaense cresceu 1%, nos três primeiros meses do ano, contra 2,1% para o País.
ESCLARECIMENTO - As modificações aplicadas à Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), pelo IBGE, especificamente a revisão e atualização do painel de ramos, produtos e informantes, a partir de 2012, com base na Pesquisa Industrial Anual (PIA) de 2010, propiciaram a readequação dos resultados observados no PIB desde 2002.
Com isso, a variação do PIB do Paraná passa a ser de 4,6% em 2013, ante os 5% divulgados com base na metodologia anterior. No Brasil, a taxa de crescimento muda de 2,3%, pelos critérios antigos, para 2,5%, no novo padrão metodológico.