30/05/2014
Por:Luis Augusto Cabral
Os três policiais rodoviários estaduais, acusados da morte de Luiz Carlos Brodbeck Reis, ocorrida no dia 18 de dezembro de 2003, na estrada da Itambé, Jardim Serrinha, foram absolvidos pelo Tribunal de Júri Popular, em julgamento que começou na quarta-feira (28) e terminou no início da tarde desta quinta-feira (29). Os policiais rodoviários Ivan Fonseca Filho, Jessé da Silva Linhares e Adriano de Souza, além de absolvidos no crime de Tentativa de Homicídio, nos quais foram vítimas as passageiras do veículo, foram absolvidos também pelo crime consumado.
A morte de Luiz Carlos ocorreu durante uma ação policial, na qual os policiais rodoviários aguardavam a passagem de um homem que iria tentar resgatar um preso. Quando o veículo dirigido por Carlos saiu da BR-277 e entrou na estrada da Itambé, os policiais acreditaram que seria o veículo com o membro da quadrilha e passaram a persegui-lo. O motorista teria tentado empreender fuga, imprimindo maior velocidade no veículo, quando os policiais começaram a atirar, para tentar detê-lo.
A perseguição, segundo os autos, demorou cerca de dois minutos, sendo disparados 23 tiros, contra os pneus traseiros do veículo, um Fiat Uno. Quando os tiros foram disparados, os ocupantes do veículo, Luiz Carlos Brodbeck Reis, Clarissa Ferraro Athayde e Núbia Moreira Brodbeck, se abaixaram, sendo o motorista atingido mortalmente. Ao ser atingido, o motorista perdeu o controle e o veículo saiu da pista, parando alguns metros adiante, ao colidir em um barranco. Só Luiz Carlos foi atingido, sendo socorrido pelos policiais que o levaram a um hospital em Curitiba, onde ele entrou em óbito horas depois.
No processo consta que as vítimas trafegavam pela BR-277, pista Norte, com destino ao município de Toledo, onde participariam de uma audiência. Ao atingir o KM 127 da BR-277, pensando estar na rodovia errada, o motorista teria entrado na estrada da Itambé, quando passou a ser perseguido pela viatura policial.
O júri popular desse caso foi um dos mais longos dos últimos anos, em Campo Largo. Iniciado na manhã de quarta-feira (28), a sessão foi interrompida às 23 horas. O corpo de jurados foi levado a um hotel, no centro da cidade, sob a proteção de oficiais de justiça, uma vez que deveriam ser mantidos sem comunicação. No dia seguinte, quinta-feira, o julgamento foi reiniciado às nove horas da manhã. A Promotoria pediu a absolvição dos réus, as advogadas assistentes de acusação abandonaram o julgamento, que terminou por volta das 14 horas, e os jurados absolveram os acusados das duas tipificações, tentativa de homicídio e homicídio.