23/05/2014
Um ex-jogador na torcida pelo Fanático
23/05/2014
Por: Danielli Artigas de Oliveira
Há 26 anos sem entrar no Estádio Angelo Antonio Cavali, hoje o campo-larguense Casemiro Nymberg (58) torce em casa, escutando no rádio o jogo do Fanático. Ele já foi jogador do Fanático F.C., dos 18 aos 32 anos de idade, e caseiro do estádio.
Desde que parou de jogar, nunca mais foi ao campo - diz que chega na hora e é como se criasse um bloqueio e não consegue ir ao estádio, não sabe explicar o que é. “Um pouco também é por ressentimento. E não gostaria de ver outros jogando no lugar que eu joguei. Mas não deixo de acompanhar pelo jornal e rádio também”, comenta ele, lamentando não ter reconhecimento pelo que já fez. “Também pelo que fizeram com o clube nestes últimos anos, ver o estádio quando estava abandonado, que estavam quase vendendo. Fico muito sentido com isso. Por isso me afastei”, revela ele, que não teve mais vontade de ir ao campo.
Por quatro anos, Casemiro foi caseiro do estádio, e tinha funções como limpeza, cortar a grama, marcar o campo, entre outros, além de jogar. “Trocava estes serviços pela moradia”, afirma. Anos depois, ele foi ajudado pela presidência do Internacional a ter uma casa, aonde mora até hoje.
Ele reconhece que tem sido realizado um ótimo trabalho atualmente no Fanático, fica feliz pelas últimas conquistas e, com a insistência da filha Vanessa, provavelmente ele assistirá a final da 51ª Taça Paraná no estádio em Colombo, neste domingo (25).
Casemiro jogou na conquista de cinco Taças Paraná e lembra com orgulho de ter sido campeão na Olimpíada Nacional do Sesi em 1986, um dos títulos mais importantes. “Antigamente era mais difícil disputar, mais equipes participavam, inclusive do Norte do Paraná que eram times fortes, quase profissionais. E era uma disputa muito sadia”, conta. Todo o registro de sua vida como jogador ele tem em um álbum, montado com ajuda e carinho de sua filha Vanessa – são recortes de jornais, fotos e revista que contam sua história.
“O Fanático era uma família. Era uma união muito grande dos jogadores”, lembra ele, que jogava como lateral direito. “Jogava por amor, não existia nenhuma pretensão”, diz ele que teve chances de jogar em outros times, mas sempre ficou no Fanático, sendo emprestado uma vez para o Internacional E.C. para disputar as fases classificatórias da Taça Paraná em que o Fanático não se classificou.
Casemiro foi destaque uma vez em uma matéria, “considerado o exemplo de garra, dedicação, amadorismo e craque que sempre nortearam o futebol amador”. Ele se orgulha em dizer que nunca foi expulso de um jogo, sempre teve disciplina nos treinos e jogos, respeito pelo que fazia com tanto amor.
Ele lembra que no prédio onde hoje é a Deliciarte era sede do Fanático. “Tinha o mês fanaticano, à noite com festivais de prêmios, pra arrecadar dinheiro para fazer as viagens. Envolvia a cidade inteira, todos os fanaticanos ajudavam, tiravam dinheiro do bolso para ajudar o time, era o prazer de todos”, lembra.