14/05/2014
Emprego industrial desacelera no Brasil e no Paraná recuo foi de 3% em março
14/05/2014
Fonte:AEN-PR
Foto:Ilustração/Internet
A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na última terça-feira (13), mostra recuo generalizado do nível do emprego industrial no Brasil. No Paraná, o contingente de trabalhadores no setor recuou 3% em março, em relação a março de 2013, a oitava variação negativa consecutiva. No Brasil, a retração foi 1,9%, a 30ª queda seguida.
A pesquisa é realizada em dez estados da federação, mais as regiões nordeste, norte e centro-oeste. Das unidades pesquisadas, apenas Pernambuco apresentou resultado positivo (4,9%).
Para o economista Francisco José Gouveia de Castro, do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), a retração generalizada no Brasil se deve às incertezas dos empresários em relação ao futuro da política econômica, principalmente no que diz respeito aos fatores de instabilidade, resumidos na aceleração da inflação, do déficit público e dos desequilíbrios das contas externas.
“Tal quadro se traduz na postura defensiva dos agentes produtivos, comprime as expectativas de lucro e provoca o adiamento dos projetos de investimento, interferindo negativamente no desempenho do mercado de trabalho”, afirma o economista.
CONTRIBUIÇÃO - As maiores contribuições para a desaceleração no emprego industrial paranaense em março foram máquinas e aparelhos elétricos e eletrônicos (com queda de 33,4%), metal (menos 9,1%), vestuário (menos 8,2%), borracha e plástico (menos 6%) e metalurgia básica (queda de 4,0%).
Em contrapartida, mantiveram o ritmo de crescimento os ramos de papel e gráfica (4,7%), alimentos e bebidas (4,4%), produtos químicos (3,5%), máquinas e equipamentos (1,7%), madeira (0,4%) e fumo (0,4%).
O valor da folha de pagamento real (descontada a inflação) do Paraná avançou 1,4% em março de 2014, na comparação com março de 2013, frente variação de 2,1% na média nacional. Os setores que mais influenciaram para o desempenho do Estado foram metalurgia (30,1%), fumo (30,1%), fabricação de meios de transporte (10,7%), calçados e couro (9,5%), produtos químicos (8,0%), alimentos e bebidas (7,6%) e papel e gráfica (6,2%).
O indicador do número de horas pagas do setor fabril paranaense encolheu 4,1% em março de 2014, diante o mês de março de 2013, contra redução de 2,4% do país, com taxas negativas em dez dos quatorze locais pesquisados.
PRIMEIRO TRIMESTRE - No acumulado do primeiro trimestre deste ano, o emprego nas indústrias do Paraná caiu 2,8%, versus contração de 2% para o Brasil, com taxas negativas em onze dos quatorze locais investigados.
As maiores quedas na média global vieram dos setores de máquinas e aparelhos elétricos e eletrônicos (menos 31,5%), vestuário (queda de 8,5%), borracha e plástico (menos 6,6%), metal (menos 6,3%) e minerais não-metálicos (menos 3,9%).
Em relação à folha de salários reais, o setor industrial do Estado expandiu 3,9%, diante aumento de 2,1% em âmbito nacional.
Em horas pagas, a indústria paranaense encolheu 4% no acumulado de 2014, ante recuo de 2,3% para o país, sendo que apenas a região norte e centro-oeste (2%), Rio de Janeiro (0,9%) e Santa Catarina (0,5%) registraram resultados positivos neste indicador.
DOZE MESES - No acumulado de doze meses, encerrados em março de 2014, os estabelecimentos manufatureiros do Paraná mostraram desaceleração de 1,0%, frente retração de 1,4% para o Brasil.
As únicas variações positivas nesse tipo de comparação foram observadas em Santa Catarina (0,7%) e região norte e centro-oeste (0,7%). Os ramos que mais contribuíram para a redução do emprego industrial nos doze meses foram máquinas e aparelhos elétricos e eletrônicos (-22,0%), metal (-5,1%) madeira (-5,0%), minerais não-metálicos (-2,7%) e borracha e plástico (-2,6%).
Em relação à folha de salários reais, o setor fabril do Estado registrou aumento 1,3% em doze meses, ante alta de 1,4% em âmbito nacional. Em horas pagas, a indústria paranaense encolheu 2,0%, contra retração de 1,4% para o país, com taxas positivas apenas na região norte e centro-oeste (1,2%), Santa Catarina (1,2%), e Rio de Janeiro (0,9%).