17/04/2014
A família do pedreiro Élio Vaz (32), que morreu enquanto estava recolhido ao Cadeião de Campo Largo, no último domingo (06), suspeito de agredir a esposa (Lei Maria da Penha), quer saber detalhes da morte. Segundo o irmão Edenir Antonio Vaz: “O corpo, que vimos no Instituto Médico Legal, tinha sinais de espancamento, estava bastante machucado. Meu irmão não tinha nenhum problema de saúde, só tomava uns tragos de vez em quando”.
Acreditando que pode ter acontecido alguma coisa muito grave com o pedreiro, como o espancamento por outros detentos, no Cadeião, o irmão de Élio quer ter acesso às investigações sobre a morte. “Temos que ver o laudo do IML, para saber qual foi a causa da morte do nosso irmão, ele não pode ter morrido de ataque cardíaco, como querem nos fazer acreditar”, disse ele.
Morte Natural
A família de Élio já está contratando um advogado para acompanhar o caso. A reportagem da Folha de Campo Largo entrou em contato com a Delegacia, recebendo do superintendente Job de Freitas as informações de que o preso apresentou problemas de saúde desde que chegou na Delegacia. “Nós providenciamos a presença de uma equipe do Samu, por duas vezes, no sábado. Os médicos constataram que ele estava com crise de abstinência, deram medicação, ele dormiu e, na madrugada do domingo, os demais presos informaram que ele estava morto”. Job não acredita que Élio tenha sido espancado. “Se houvesse algum sinal de espancamento o pessoal da Criminalística teria informado quando o corpo foi recolhido ao IML. De qualquer forma, o laudo deve ficar pronto em alguns dias e a causa da morte será revelada, oficialmente”, explicou ele.
O superintendente da Delegacia disse, ainda, que o preso ficou isolado dos demais, que não era um preso considerado como possível vítima de espancamento pelos demais detentos. “Só há esse tipo de revolta, dos demais presos, quando o caso é de estupro, ou de outro tipo de violência envolvendo criança, principalmente. Nesse caso não, era só lei Maria da Penha”, explicou Job. De qualquer forma, ele quer que a família de Élio o procure, na Delegacia, para esclarecer o caso. “Eles podem vir conversar conosco, daqui a alguns dias teremos o laudo, vamos ver o que vai aparecer”, explicou.