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Geral

Rio Cambuí

05/04/2014

Efluente industrial deixa o Rio Cambuí com coloração roxo-azulada
 

Rio Cambuí

05/04/2014

O Cambuí, rio que deveria ser objeto de preservação de todos os campo-larguenses, está sofrendo com a poluição doméstica e industrial. Nele são jogados esgotos clandestinos, efluentes industriais e até águas servidas, de residências localizadas na sua bacia. No último final de semana, parte do rio estava roxo-azulado, o mesmo acontecendo na segunda-feira (31).

Depois de receber denúncia de moradores da região, a Reportagem da Folha procurou a Secretaria de Meio Ambiente, para saber o que estava acontecendo. O secretário Marcos Reinaldim confirmou a denúncia e disse que já estão sendo tomadas providências para identificar a fonte da poluição e, em seguida, implementar ações para punir os responsáveis, como medida para que o caso não se repita.

Cor e cheio

“Não dá para dizer, por enquanto, qual a origem da poluição. Sabemos inicialmente que trata-se de poluição oriunda de efluente industrial. A cor e o cheiro não podem ser apontados como poluição, porque o efluente pode estar dentro das normas ambientais. Mas é preciso investigar, diligenciar, e nós estamos fazendo isso”, explicou o secretário. Ele informou que a Secretaria recebeu a denúncia na segunda-feira (31), e que os fiscais verificaram vários pontos do rio. Não colheram amostra porque a Secretaria ainda não tem laboratório contratado para análise, o que deve acontecer nos próximos meses, mas os órgãos públicos ligados ao meio ambiente foram informados.

“Fizemos a comunicação à Sanepar, porque o efluente pode ter sido despejado no rio, através da rede de esgotos. Vamos realizar um trabalho junto à Secretaria de Obras, para descobrir se o efluente chegou ao rio através da rede pluvial. Se isso for comprovado, a ação que vai procurar os responsáveis será feita pela nossa secretaria”, explicou.

Reinaldim disse que toda e qualquer poluição deve ser denunciada pelo telefone 0800.645.05.06, no horário do expediente. “Não pode ser anônima, a denúncia, mas será sigilosa, o nome do denunciante não será conhecido”, explicou, adiantando que é preciso identificar-se, para que o cidadão receba a resposta do órgão público, sobre as providências tomadas.

Carga poluente

A Reportagem da Folha percorreu nesta quarta-feira (02), toda a extensão do Cambuí, na região central da cidade, verificando a carga de poluentes que ele recebe. O impressionante é a regeneração do rio, que acontece quase a olhos vistos. De uma quadra para outra, uma carga poluente parece desaparecer, e a água retornar a um aspecto transparente. Mas em toda a extensão é possível verificar poluentes sendo despejados no rio, desde produtos de limpeza, detergentes, que fazem a água se encher de espumas, a resíduos de barro e de atividades industriais. O rio sofre muito, até chegar ao parque Cambuí (Newton Puppi), onde parece menos poluído, e seguir assim até desembocar no Itaqui.

Marcos Rinaldim explicou que existem parâmetros aceitáveis para despejo de efluentes, nos rios,  e que o Cambuí está recebendo obras de macrodrenagem, quando as possíveis fontes poluidoras serão identificadas e punidas.