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Policial

Mesmo sem condições Cadeião de Campo Largo volta a receber presos

28/03/2014

Esvaziado após uma rebelião que começou no dia nove de março e terminou no dia 11, o “Cadeião” de Campo Largo, mesmo sem condições, voltou a receber presos.

Mesmo sem condições Cadeião de Campo Largo volta a receber presos

28/03/2014

Esvaziado após uma rebelião que começou no dia nove de março e terminou no dia 11, o “Cadeião” de Campo Largo, mesmo sem condições, voltou a receber presos. Duas celas que ficaram relativamente intactas estão sendo utilizadas para a manutenção de detentos provisórios que, historicamente, acabam ficando definitivos. Já são 13, os novos presos, naquela unidade. O local não foi oficialmente interditado.

Os vizinhos, ainda abalados com a rebelião e a fuga em massa do início do mês, denunciam a falta de segurança e o medo, com a volta da prisão de marginais, naquela unidade prisional. Uma vizinha, que procurou a Reportagem da Folha, disse que quase não consegue dormir, com medo de acontecer nova fuga. Ela disse ouvir os gritos e o bate-grade, dos presos, todas as noites.

Medo

Com capacidade para apenas 30 presos, o “Cadeião”, historicamente abrigava mais de 100. No dia da rebelião, 109 presos estavam “residindo” naquele local, em condições precárias de espaço, de higiene e de segurança. A “bomba” acabou explodindo, como já se esperava há mais de dez anos. Na rebelião e fuga, os presos danificaram as instalações, e apenas duas celas ficaram intactas. No dia 11 os presos foram removidos, e o “Cadeião”, ficou vazio. Mas o alívio dos moradores das proximidades durou apenas alguns dias. Na mesma semana as celas que sobraram começaram a ser ocupadas, novamente, por presos novos e recapturados e, nesta quinta-feira, já abrigavam 13 pessoas.

A Reportagem da Folha, após ouvir os apelos dos moradores do entorno da Delegacia, procurou as autoridades para saber por quê o Cadeião ainda não foi oficialmente interditado.  Wilson Coelho, da Vara Criminal, não deu uma resposta oficial sobre a situação, apenas informou que a Delegacia deveria estar interditada e que um novo juiz está assumindo a Vara.

Em contato com o delegado Antonio Macedo de Campos Jr., este informou que não veio nada oficial do juiz ainda, sobre a interdição, e que a Polícia não pode parar de fazer seu trabalho. Ele explicou que engenheiros da Polícia Civil fizeram um laudo opinando pela interdição, mas que precisa ser feita uma licitação ainda e que não será tão rápido para acontecerem as obras.

Apenas duas celas estão em boas condições, e já estão lotadas com os 13 presos. “Estamos aguardando o Departamento da Polícia Civil providenciar a reforma da Cadeia para deixar em condições de uso”, comenta. Ele afirma que chegaram a pensar em deixar os presos na delegacia de Balsa Nova, mas que é inviável e geraria muita dificuldade. “Não tem uma estrutura própria, é frágil”, acrescenta.

Os flagrantes estão acontecendo e a Polícia não pode deixar de trabalhar. A população não pode ficar ainda mais vulnerável à falta de segurança. No momento, é preciso aguardar um plano para saber quais serão os próximos passos, como será realizada a reforma do Cadeião, se existirá uma ala em funcionamento simultâneo, se todos os presos serão transferidos. O problema da falta de vagas nas penitenciárias existe em todo o País, mas alguma solução precisa ser dada. Ainda a situação está incerta e os campo-larguenses aguardam uma decisão, com urgência.