21/03/2014
Moradores do Cercadinho pedem mais atenção ao bairro
21/03/2014
A Folha recebeu a reclamação de um leitor, morador do Cercadinho, que pede mais atenção do Poder Público ao bairro, que vem enfrentando diversos problemas.
Segundo este morador, o problema começa pelo saneamento básico, já que “o bairro está à beira do Rio Verde, área de manancial e preservação, e até hoje não houve a aplicação de um plano de saneamento no bairro, fato que tem sido prejudicial ao meio ambiente”, relata ele, enfatizando que falta fiscalização.
Os novos moradores que estão se instalando à beira do Rio Verde, segundo o leitor, estão derrubando a mata nativa e construindo até muros, “como se fosse propriedade privada. Desta forma, acabou repassando uma imagem de impunidade, fazendo com que, quem esteja mal intencionado, venha realizar novas invasões com a certeza de não ser repreendido ou punido. Neste sentido, acabam vindo para Campo Largo pessoas de Curitiba em busca do terreno grátis, pois a Prefeitura não tem realizado políticas para inibir tais atos. Junto destes oportunistas, tem vindo pessoas má intencionadas, como traficantes, ladrões etc. Não é à toa que quando ocorre investidas da polícia no bairro sempre acabam prendendo algum traficante ou bandido”, explica.
De acordo com a reclamação do leitor, há pouco policiamento na região e à luz do dia, na frente da escola Ver. José Andreassa, traficantes de drogas comercializam livremente. “Com o tráfico e impunidade começa a lei do silêncio, e assassinatos que ocorrem no bairro ficam sem solução, pois os moradores sabem que se denunciarem terão que sair do bairro, pois a criminalidade já está instalada e instaurada na região. Som alto virou epidemia, acabando com o sossego dos moradores, que sofrem com a poluição sonora. Ao contatarem com as autoridade policiais para que venham intervir, são informados de que terão que ir até a delegacia representar o infrator. Oras em um bairro onde a criminalidade impera, que cidadão de bem irá até uma delegacia denunciar outro cidadão, sabendo que este pode ter envolvimento com o crime? Para diminuir estes fatos, apenas a passagem de um viatura pelo local com uma certa sazonalidade e frequência já inibiria tais atos”.
Um dos questionamentos dele é quanto à ligação de rede de água e luz nestas casas que estão em área irregular. Em contato com a Cocel, a assessoria informou que não existe exigência legal para instalação de luz aonde há rede de distribuição instalada, conforme resolução 414 de 2011 da Aneel, apenas é exigido o RG e CPF e a Cocel não se envolve em questão de regularização fundiária.
Informada sobre a reclamação e também com cópia de documentos já protocolados na Prefeitura Municipal por este leitor, a assessoria de imprensa enviou uma nota referente ao assunto. Segue na íntegra:
Saneamento básico
A execução de ações de saneamento básico é de responsabilidade da Sanepar. No entanto, a Prefeitura iniciou esse ano a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, documento que determinará diretrizes para a execução de obras na área. A população participará da formação desse plano em audiências públicas que acontecerão durante o ano. O objetivo é tanto apontar áreas prioritárias como tratar das melhores soluções para Campo Largo.
Nas próximas semanas, a Prefeitura lançará um link no seu site com o calendário de audiências e mais informações sobre o projeto. É importante que a população do Cercadinho participe de cada etapa dessa elaboração, que impactará todas as regiões da cidade em médio e longo prazo.
Para questões pontuais, é possível enviar reclamações e sugestões diretamente à Sanepar. De qualquer forma, a Prefeitura tem feito reuniões com a diretoria do órgão, levando reivindicações dos moradores.
Moradias irregulares
No último levantamento feito pela Prefeitura, foram identificadas cerca de 15 mil moradias irregulares no município, número que representa quase um terço de Campo Largo. A regularização fundiária tem sido prioridade dessa administração desde o início de 2013.
Em um ano, foi criado um grande projeto para regularização que divide as situações em três categorias: áreas públicas, áreas particulares e áreas que não podem ser regularizadas. A Prefeitura tem feito cadastro das famílias interessadas e já começou a direcionar para os processos oficiais de regularização, necessários conforme cada caso.
Mais informações podem ser obtidas no link http://www.campolargo.pr.gov.br/site/eventos/id/11 ou ligando para a Ouvidoria no 0800-641-3377.
Também na Ouvidoria, os moradores do Cercadinho podem registrar o que tem acontecido na região. De qualquer forma, as reclamações do leitor da Folha de Campo Largo foram encaminhadas para o Departamento de Regularização Fundiária da Secretaria de Governo.
Segurança
Quanto ao bairro Cercadinho, a Guarda Municipal informa que as rondas têm sido feitas na região normalmente, com o auxílio da Polícia Militar.
Sempre que houver qualquer reclamação pontual, o morador deve ligar imediatamente para a Guarda Municipal no número (41) 3393-5670. A Guarda está trabalhando para implantar mais um número, que provavelmente será o “153”. O objetivo é dar orientação ao reclamante e, o mais rápido possível, enviar uma equipe para o local onde acontece a irregularidade.
Também é possível mandar uma reclamação diretamente para a Corregedoria da Guarda Municipal, que investiga possíveis negligências ou falta de atendimento. Os contatos são (41) 3392-3382 e corregedoriaguardamunicipal@campolargo.pr.gov.br.