14/03/2014
Em 50 anos clube reuniu cinco prefeitos e cinco vereadores
14/03/2014
No último domingo (09), a história de 50 anos do Clube dos 50, um dos mais tradicionais de Campo Largo, foi relembrada e revivida por seus associados. Dos 50 membros originais do clube, só 14 ainda teimam em continuar “churrasqueando” todo primeiro domingo de cada mês, dia “sagrado” de reunião. Eles são a história viva do clube e parte importante da história empresarial e política do Município, como contam Carlos Barrichelo e Mario Rogiski.
Herculano Chimaleski, Newton Puppi, Emídio Pianaro, Carlos Zanlorenzi, Augusto Vanin, todos ex-prefeitos, além dos ex-vereadores Amadeu Fracaro, Odair Lamoglia, Augustinho Cunico, e Angelo Vanin, estão lá, com seus nomes inscritos na história do clube. Carlos Barrichello, um dos entusiastas da história do clube, fala com saudades do tempo do chimarrão na loja da família Puppi, na Barão do Rio Branco com Marechal Deodoro, onde tudo começou.
Clube do Bolinha
No Clube, fundado em oito de março de 1964, não tem mulher, nuca teve. Os associados se reúnem todo primeiro domingo do mês para jogar bola e comer um churrasco, geralmente ponta de costela. Só nos eventos especiais é que tem costela de Fogo de Chão, como nesse domingo (09), no cinquentenário do clube. As mulheres raramente participam dos eventos, até porque, segundo seus membros, “nos encontros sai muita ‘besteira’ e mulher não pode escutar certas coisas”.
Há anos eles se reúnem na chácara da família Gadens, na margem da BR-277, na Rondinha, onde “mandam” seus jogos. O clube começou quando seus fundadores, entre um chimarrão e outro, desafiaram dois representantes comerciais que vinham de Curitiba vender produtos em Campo Largo. “Eles trouxeram a equipe deles, de Curitiba, e nós montamos a nossa. Daí em diante, todo primeiro domingo de cada mês tinha bola, aqui ou em Curitiba. Depois fomos para outras cidades, Paranaguá, Guaratuba, sempre um desafio que consistia em jogo de ida e jogo de volta, no final dos quais, churrasco”, explicam.
Em Paranaguá, quando iam jogar, os membros do clube primeiro passavam na igreja de Nossa Senhora do Rocio, assistiam a missa, porque a santa é a Padroeira do clube, e só depois iam jogar. O jogo era sempre marcado para depois da missa. Quem organizava tudo era o José Marzani Netto (o Zeca), que era o festeiro do clube. Ele viajava, antes, às cidades onde o clube pretendia jogar, para acertar o jogo e a hospedagem.
O clube não tem mais de 50 associados. Sempre quando um resolve “parar” de jogar e de comer churrasco, um novo amigo é convidado para fazer parte. Antigamente cada novo sócio passava por um cerimonial de “iniciação”, tomava banho de chopp ou de cerveja, sentado num tronco. A prática hoje foi abolida, mas ainda existe algum resquício, uma brincadeira aqui, outra ali, uma pegadinha para alegrar.
É necessário que o candidato saiba jogar bola e aprecie um bom churrasco e uma cerveja gelada. As despesas são rateadas, em cada encontro, o clube não tem mensalidade, nem patrimônio. Esse detalhe, segundo os associados, é a explicação para a longevidade da agremiação. Além disso, eles convidam os amigos, para participar. O atual presidente é Marcos Magaton.