22/02/2014
Indústria da Louça ainda é muito importante para a cidade
22/02/2014
“A indústria da Louça já foi a maior geradora de empregos, e por mais de 50 anos a maior arrecadadora de impostos em Campo Largo. A louça chegou a representar mais de 90% do total de impostos gerados no Município”. O depoimento é do presidente do Sindilouça, José Canisso. Ele calcula que hoje o setor deve ser responsável por cerca de 40% da geração de impostos no Município, percentual que deve continuar caindo, devido à diversificação da indústria local.
Canisso lembra que, historicamente, a louça sempre foi uma das vocações industriais do Município, desenvolvida num terceiro ciclo econômico, depois dos ciclos do Ouro e da Erva Mate, aí pelo ano de 1920, e que se consolidou em meados do século XX. “Foi nos anos de 1950, quando chegaram as grandes empresas do setor, a Porcelanas Schmidt, a Germer, a Incepa, que a indústria da Louça se tornou mais forte no Município. Chegou a ser responsável por mais de 90% da geração de empregos e de impostos”, explicou.
Futuro
O presidente do Sindilouça lembrou que o setor de Louça perdeu espaço para os produtos importados da China, no mercado nacional, nos últimos anos, mas recentemente o Governo corrigiu o problema, com a adoção de medida antidumping. “Nós estamos reconquistando o mercado interno. No mercado externo não havia problema, pela qualidade dos nossos produtos. A única dificuldade é a variação do dólar, a apreciação do Real, mas isso é um problema de mercado”, disse ele.
Cerca de 36 indústrias do setor, no Município, das quais quatro produtoras de porcelana, geram hoje cerca de seis mil empregos diretos. O momento é de crescimento, de aumento da demanda, uma vez que o produto de origem asiática, que estava chegando no mercado a preços aviltados, já enfrentam as dificuldades das medidas antidumping e o produto brasileiro, de melhor qualidade, tornou-se mais competitivo.
Canisso acredita que a indústria da Louça terá vida longa, uma vez que as máquinas modernas, hoje instaladas nas nossas fábricas, “casaram” com a competência na produção, com uma mão-de-obra altamente especializada, que resultam em produtos de excelente qualidade e beleza. A indústria da Louça, segundo ele, só vai perder em volume de geração de impostos, não porque vai diminuir, mas porque novos setores industriais estão crescendo, como pó metal-mecânico, as montadoras e indústrias de embalagens, como a Sig-Combibloc, responsáveis, cada vez mais, pelo maior volume de impostos gerados no município.