21/02/2014
Comunidade polonesa é parte importante da História da cidade
21/02/2014
No final do século XIX começaram a chegar em Campo Largo imigrantes vindos da Itália, Ucrânia e Polônia, uns fugindo das dificuldades econômicas enfrentadas pelos países europeus, outros por questões políticas. Os poloneses que chegaram inicialmente em Santa Catarina foram assentados numa região localizada entre Curitiba e Campo Largo, que mais tarde foi denominada Colônia Dom Pedro.
O terreno fértil da região logo mostrou-se propício para a produção de batata, cebola, feijão, arroz, milho e trigo. A produção agrícola e a criação de pequenos animais e aves foi responsável pelo progresso da comunidade, em torno de 300 famílias polonesas, que se adaptaram bem, criaram os filhos e, hoje, desfrutam de excelentes condições sócio-econômicas e culturais na região.
Exemplo
A Reportagem da Folha de Campo Largo visitou, aleatoriamente, uma destas famílias, para contar a história dos imigrantes poloneses na região. José Ukasinski (73) e sua esposa Rosália Nalepa Ukasinski (filha de Vicente Nalepa, um dos mais ilustres membros da comunidade polonesas da região), são o típico casal descendente de poloneses na região. Seus avós foram os primeiros filhos de imigrantes poloneses nascidos no Brasil. “Um chegou ainda bebê, da Polônia”, explica José.
“Eles vieram da Áustria que, na época, dominava aquela região da Polônia, aí por volta de 1890”, explicou José. Segundo ele, a vida foi muito difícil para todos. Ainda lembra a época de criança, que herdava os sapatos e as roupas dos irmãos mais velhos, andava descalço na grama coberta de gelo, para ir à escola. Hoje, os filhos e netos têm uma vida muito melhor, têm tudo, podem estudar, fazer faculdade (eles têm cinco filhos, quatro dos quais com curso superior).
A região da Vila Dom Pedro fica muito próxima à Curitiba, que se expande e “ameaça” se “despejar” sobre as plantações de milho, soja e feijão. José acredita que, no futuro, dificilmente a região escapará de se transformar em áreas de chácaras residenciais e de lazer, condomínios e até prédios de apartamentos. “Hoje não dá para plantar nada que precise de agrotóxicos, só produtos orgânicos, e é muito difícil a sobrevivência da lavoura. Os filhos, todos formados, acabam indo morar na cidade”, explica ele.
O aniversário de Campo Largo também é comemorado pelos descendentes de imigrantes. “Vamos participar sim, porque para nós é um dia de festa também”, explicou José.