07/02/2014

O grande escritor Monteiro Lobato já dizia: “Um país se faz com homens e livros”.  E quem concorda com a frase é a entrevistada desta quarta-feira (05) do Programa Em Boa Companhia, Bruna Brito Borrego, proprietária da Livraria Jardim Literário, primeira convidada na abertura da temporada 2014 de entrevistas.

Bruna, que mora em Campo Largo, mesmo graduada em Administração de Empresas com Pós-Graduação em Marketing, largou tudo para correr atrás de uma das suas grandes paixões: os livros. Bruna contou aos ouvintes e à apresentadora Chris Minuzzo que cresceu em meio a estantes de livros, pois seu pai trabalha com a venda de livros desde antes dela nascer. Sua rotina de sábado era ir para a livraria e ficar na parte de livros infanto-juvenis, ou ajudando o restaurador de livros, que fazia às vezes de babá nos horários de mais movimento. Quando era adolescente, um pessoal de São Paulo investiu no seu pai para ele abrir sua própria livraria.

Durante a faculdade, Bruna trabalhou por um tempo com seu pai e depois foi exercer sua profissão, ver como era o mundo corporativo lá fora. Trabalhou 10 anos com marketing de produto em diversas empresas de grande porte de Curitiba. Neste meio tempo, a loja de seu pai fechou e ele foi trabalhar em sebos – hoje, os grandes livros de Curitiba estão nos sebos, nas grandes redes de livrarias é muito difícil encontrá-los. No início do ano passado, a vontade de trabalhar com aquilo que mais conhecia e gostava –os livros - veio com toda força e Bruna comprou uns livros em liquidação, parcelados em 12 vezes pela internet e passou a vendê-los nos finais de semana em Campo Largo. Ela vendia os livros em uma panificadora, e também em frente a um restaurante próximo à BR-277, mas quando chegou o inverno rigoroso, teve que parar com as vendas, sem desistir, no entanto, do sonho de abrir sua própria livraria.

Questionada pela apresentadora Chris Minuzzo sobre o que significa a leitura em sua vida, Bruna respondeu sem pestanejar: “É igual à necessidade de comer, dormir, beber... É uma necessidade física. Eu tenho necessidade de ler e fico angustiada quando fico dias sem realizar uma leitura. É um momento meu, em que eu viajo, saio da minha realidade, descanso um pouco e depois eu volto. Preciso fazer isso com frequência para viver, é  o meu jeito de viver.” Falando sobre a importância da leitura na vida das pessoas, Bruna colocou que “é imprescindível a pessoa saber ler para viver em sociedade: ela precisa ler o nome do produto que está comprando no supermercado, ler o papel que está assinando, ler a notícia no jornal, interagir na rede social. A leitura de modo geral está presente na nossa vida e é um meio de comunicação. Então, as pessoas estão lendo o tempo todo.”, afirma Bruna.
Para ela, “cada um tem a sua diversão. E ler um livro é uma dessas formas. E se você não se diverte é porque ainda não encontrou o gênero certo. Todas as formas de diversão das pessoas têm categorias: por exemplo, a música pode ser clássica, sertaneja, pop, rock. O livro é a mesma coisa: você também pode se divertir com ele, só precisa descobrir do que você gosta.”

Bruna também está à frente da Ação “Esqueça um livro” uma mobilização que foi divulgada pelas Redes Sociais e aconteceu dia 25 de janeiro em várias cidades do país. Aqui, Bruna conseguiu, com a ajuda de várias pessoas, espalhar 50 livros pela cidade. “Vamos continuar com a ação. Para isso, já tem uma caixinha esperando por novas doações”, finaliza Bruna. E você pode fazer parte disso: O Jardim Literário fica na Av. Desembargador Clotário Portugal, 588, sobreloja, bem em frente ao Terminal Urbano. Lá você pode “esquecer” seu livro, que vai criar asas e pousar por ai, levando conhecimento, arte, cultura e diversão para outras pessoas.