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Geral

Antidumping

31/01/2014

Antidumping contra Louça chinesa beneficia Campo Largo
 

Antidumping

31/01/2014

A indústria de louça de mesa de Campo Largo é a maior beneficiária da medida definitiva de antidumping à importação de artigos de louça de mesa produzidos na China, decretada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), no último dia 17. A decisão vale por cinco anos e permite a adoção de alíquotas que variam US$ 1,84 e US$ 5,14 por quilo do produto importado da China, dependendo da empresa exportadora. O preço mínimo fixado pelo Brasil, para importação, é de US$ 3,20 por quilo do produto.

A indústria de louça de Campo Largo foi uma das mais prejudicadas com a invasão da louça chinesa, nos últimos anos, o que provocou inclusive o fechamento de empresas locais. O Brasil produz, atualmente, cerca de oito milhões de peças/mês, mas a nossa indústria estava fechando as portas, devido à concorrência desleal do produto chinês, subsidiado pela mão de obra semi-escrava, da China, e outros subsídios do Governo daquele País.

Benefícios

O pedido de abertura de investigação de dumping protocolado no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em julho de 2012 pelas empresas Oxford e Studio Tacto, teve o apoio de toda a indústria de louça de Campo Largo e a decisão já era esperada desde o início de 2013.

A notícia de adoção de medidas antidumping chegou num bom momento para a indústria campo-larguense. Desde o final do ano passado a indústria da louça de Campo Largo vem se recuperando das sucessivas perdas na guerra contra os chineses. Nos últimos meses o setor vem apresentando níveis de pleno emprego. Os trabalhadores, que somam mais de três mil, têm salário mínimo de R$ 973,00, além de vantagens como Vale Alimentação, Vale Mercado e outros, e já se movimentam para pedir reajustes que podem elevar o salário para mais de R$ 1.100,00. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Paulo Andrade, disse que já está faltando mão de obra no mercado. “As empresas estão com pelo menos 100 vagas em aberto, e não conseguem trabalhadores, apesar de reduzirem os níveis de exigências”, explicou.

O presidente da maior indústria de louça do país, a Porcelanas Schmidt, com unidade em Campo Largo, Nelson Lara, em entrevista exclusiva à Folha de Campo Largo destacou que a medida antidumping adotada pelo País, faz justiça às empresas brasileiras. “O antidumping representa a sobrevivência da indústria de louça em todo o País. Só para se ter uma ideia do que isso representa, hoje mais de 90% da louça no mercado tem procedência chinesa. A louça subsidiada da China já provocou o fechamento de indústrias na Europa, Egito, México, Estados Unidos e até aqui no Brasil. Mas o mundo está se levantando contra a concorrência desleal da louça chinesa”, explicou.

Nelson Lara disse que, graças às medidas antidumping, em vigor desde a semana passada, nos próximos dois anos a indústria brasileira deve experimentar uma ótima recuperação, dobrando a produção atual. “Vamos necessitar de muita mão de obra”, disse ele, adiantando que a indústria campo-larguense, responsável pela produção mensal de mais de 3,5 milhões de peças/mês deverá atingir, em dois anos, um total de sete a oito milhões de peças. “Temos qualidade e competitividade, só não dá para competir com a louça subsidiada da China”, garantiu.