24/01/2014
Cultivo de milho que passa de geração para geração
24/01/2014
Há cerca de 80 anos, Alberto Stanczyk (já falecido) veio da Polônia para o Brasil e fixou residência em Balsa Nova, onde começou o plantio do milho. O aprendizado foi passado ao filho Claudio, que repassou isso para seu filho Douglas, hoje com 27 anos e que mantém essa tradição na família, mas agora com ajuda de novas técnicas e tecnologia.
O sustento da família é da plantação, tendo o milho como base agrícola. Em 1990 passaram a plantar soja, depois trigo e recentemente cebola (que é até exportada para a Argentina). Atualmente o milho é plantado em 60 hectares de propriedade deles e a produção é de 208 sacas por hectare. Em Balsa Nova, a secretária de Agricultura e Meio Ambiente, Jucélia Leal Ferreira, comenta que a produção anual é de cerca de 25 toneladas de milho.
Douglas conta que a produção do milho foi intensificada em 1986 com a vinda da Refinação de Milhos Brasil para Balsa Nova, hoje chamada de Corns Products. A plantação da semente do milho acontece de setembro a final de outubro. A colheita do milho verde é em janeiro, mas quase toda a produção deles é destinada para a venda à Corn Products, por isso a colheita acontece de fevereiro a abril, época em que o milho está mais seco. Segundo Claudio, o milho precisa estar com 25% de umidade para ser vendido.
Entre os cuidados principais está o controle de plantas daninhas, ter uma semente híbrida de boa qualidade e adubação com nitrogênio e potássio, que é importante para o milho. Eles comentam que aprendem muitas técnicas com cooperativas, agrônomos e com a Emater, além de terem um técnico responsável. “A rotação de cultura entre milho e soja também é essencial para a qualidade e boa produção”, explicam.
Quanto ao clima, dizem que este ano está muito bom, com calor e umidade necessários para o bom crescimento da planta. Pai e filho explicam que o excesso de umidade apodrece o milho e torcem para que no final do ciclo não chova muito.
Eles afirmam que atualmente 100% da produção deles é de milho transgênico e explicam que o plantio do milho convencional requer o uso de muita química.
Gerações
Eles detalham a diferença do meio agrícola nas gerações. “Sofri muito quando meu pai ficou doente e tive que assumir. Não tinha trator, era só tração animal, não tinha veneno então era tudo carpido, não tinha máquina para colher”, conta Claudio. “Agora ficou tudo mais fácil, porque a máquina faz tudo”, completa.
Douglas diz que muitos de seus amigos, filhos de agricultor, não seguiram o mesmo trabalho. “Eu sou um dos poucos que estou seguindo na agricultura. Sei que dá futuro e que dá uma boa renda”, explica ele, que pesquisa novas técnicas e novas máquinas para auxiliarem no trabalho. Hoje em dia é pouco o trabalho manual, como antigamente.
Somente os dois cuidam de toda a plantação, pois as máquinas substituem muita mão-de-obra, a qual se faz necessária apenas em momento de safra. “Antigamente não tinha muito incentivo para compra de máquina. Hoje o Governo oferece crédito e facilita muito”, diz Claudio.