17/01/2014
Comerciantes falam da impotência diante da falta de segurança
17/01/2014
Loja que atende com porta trancada, câmeras de vigilância e segurança na entrada. Essa é uma realidade em Campo Largo porque muitos comerciantes já não sabem mais o que fazer para coibir a ação de assaltantes.
O proprietário da loja Portho, Vladmir Zamboni, disse que a sensação é de insegurança. Após sua loja ser assaltada oito vezes, ele comenta que o que fica é o trauma. Não são poucas as vezes que ficam atentos aos carros que param em frente à loja, como também prestam atenção em algumas pessoas que entram e têm comportamentos suspeitos. A sensação de que pode ser assaltado é constante devido à quantidade de vezes que isso já aconteceu e que fizeram uma “limpa” no estabelecimento. O medo é que façam algo contra os funcionários ou clientes, o que felizmente nunca aconteceu. “Parece que sempre vai ter um jeito de burlarem a segurança, mesmo com todo o cuidado tomado”, lamenta ele, que contratou um segurança que fica na entrada da loja, abrindo a porta (que agora fica trancada) para os clientes. A loja ainda possui alarme e câmeras de segurança.
Segundo ele, os assaltos têm sido constantes porque os bandidos sabem que dificilmente são punidos. “O aprendizado do ato de roubar é que eles podem fazer porque não terá uma repreensão oficial. Veem a facilidade de roubar. Não há coordenação entre as polícias. Parece que o governo aposta no caos como uma forma de manipulação. As pessoas ficam preocupadas em não serem assaltadas ou sofrerem algum tipo de violência e não têm tempo de questionar o governo”, argumenta. Por isso, as pessoas passam a se defender de forma particular, mas, segundo ele, deveriam se unir e cobrar em massa do governo por mais segurança.
Terezinha Jenichen, proprietária do Salão da Mulher, pela primeira vez teve a infelicidade de ter seu estabelecimento roubado no meio de uma tarde. Nem mesmo a localização em uma rua movimentada, em frente à Havan, inibiu os assaltantes, que agiram muito rápido. “Em 18 anos esta foi a primeira vez. Não esperava que isso iria acontecer devido ao movimento aqui na frente. É muita ousadia”, lamenta ela, comentando que funcionários e clientes ficaram muito assustados e alguns chegaram a passar mal.
Ela também se assusta porque os assaltantes tinham informações prévias do salão, como dia de pagamento e valor aproximado. “Levaram dinheiro do caixa e chegaram a mandar os clientes passarem os pertences, mas acabaram saindo antes disso, ao perceberem a movimentação fora”, explica Terezinha.
Ela, que já tinha instalado câmeras no estabelecimento, agora também tem cuidado redobrado com dinheiro. Se obrigou a deixar pouco dinheiro no caixa e passou a fazer pagamentos de contas e de funcionários somente pelo banco.
18 assaltos
Uma comerciante, que preferiu não se identificar, já sofreu 18 assaltos e disse à reportagem da Folha que não tem mais o que fazer, só pedir que não façam nada de mal a ninguém. Segundo ela, eles agem rápido e logo fogem, sendo difícil a Polícia encontrá-los - de todos os assaltos apenas em um conseguiram prender os bandidos.
Ela diz que já não usa mais joias porque eles levam tudo. Ao abrir e ao fechar seu estabelecimento sempre olha quem está na rua e também toma alguns cuidados, mas nada impede a ação dos assaltantes.