10/01/2014
Uso de simulador ainda é incerto em autoescolas
10/01/2014
Muitas pessoas estão comentando sobre a nova resolução do Conselho Nacional de Trânsito, sobre a obrigatoriedade do uso de simulador de direção nas autoescolas. Mas a medida gera dúvidas nos alunos e ainda é incerta nas autoescolas.
De acordo com o proprietário da Autoescola Direção, Lucio Hoffmann Azevedo, o Detran Paraná ainda precisa acatar a medida e, para ele, ainda existem pontos a serem acertados antes de ser colocado em prática. Ele explica que não existem estudos no Brasil que comprovem a eficácia do simulador. “Até porque muitos problemas de trânsito são por imprudência. Os condutores saem preparados das autoescolas, mas na rua cometem imprudência, veem os outros fazendo errado e também fazem, ou pela pressa”, comenta.
Lucio ainda acrescenta que as autoridades culpam os motoristas pelos problemas no trânsito, mas que a estrutura leva o motorista a perder a paciência muito rápido, como buraco, lombadas e sinalização indevida – estrutura de via de maneira geral. “Além disso, em muitas cidades há quantidade de carros maior que o limite. Há falta de planejamento”, enfatiza.
O simulador seria, segundo ele, “um algo a mais para a pessoa se preparar, mas o problema é o custo-benefício. Só testa visão e audição, enquanto para dirigir envolve outras sensações que às vezes nem percebemos, como o cheiro e toque”. Ele acredita que deveria ser opcional, para oferecer, por exemplo, para alunos que ficam inseguros, e então poderiam praticar virtualmente para ganharem mais confiança no trânsito. Mas, segundo ele, são poucos os alunos que saem inseguros da autoescola e a maioria dos acidentes que acontecem são por motoristas que têm excesso de confiança ao dirigir e acabam não tomando os cuidados necessários. Com o uso opcional, Lucio acredita que veriam na prática os resultados do simulador e então, após isso, poderiam tornar o uso obrigatório caso realmente fosse eficaz.
Custos
Com a aquisição dos simuladores pelas autoescolas, fazer a carteira de habilitação hoje seria cerca de 15% mais caro. Lucio explica que só o custo do software seria um gasto mensal de R$ 1.500 a R$ 2.000 e a compra do simulador custa R$ 40 mil.
Todo esse custo iria prejudicar autoescolas menores, que às vezes nem têm quantidade de aluno suficiente para bancar estas despesas fixas. Ainda há o problema que apenas duas empresas fabricam estes simuladores no Brasil e iriam se comprometer a dar assistência para todo o País, o que é questionável de acordo com Lucio, pois será difícil atender toda a demanda e ficariam “reféns” de algumas empresas e muitas vezes até com o simulador parado caso desse algum problema.
Os simuladores são para pessoas que queiram tirar carteira de motorista na categoria B. Além das 45 horas de aulas teóricas e 20 horas de aulas práticas, seriam mais cinco horas no simulador antes de realmente saírem para as aulas práticas.
Foto:pop.com.br