03/01/2014
Menina campo-larguense em equipe profissional de futebol
03/01/2014
A história de Nedindaye Rasmussen (19), conhecida por Daye, é de muita determinação e de acreditar no quer. Passou por algumas dificuldades para realizar o sonho de jogar futebol profissionalmente. “Em meio a um batalhão de cinco tios apaixonados por futebol, não poderia me interessar por qualquer outra coisa”, conta ela que começou a jogar aos cinco anos de idade.
Daye nasceu na Lapa, mas ainda bebê veio morar em Campo Largo com sua família. Começou a competir na escolinha do Atlético Paranaense, na RB Esportes, em 2006, sendo a única menina que treinava, na época com o professor Rudi, André e Rafael. Depois conheceu o professor Timóteo Dutra, que segundo ela foi um “divisor de águas” na sua vida e carreira.
“Já sem condições financeiras de continuar na RB, o professor Timóteo me convidou a treinar no Ginásio do Itaqui, com a equipe que representava a cidade nas competições de futsal, de nível municipal, regional e paranaense. Aí pude dar continuidade às atividades no futebol. No ano de 2008, com 14 anos, joguei os Jogos da Juventude, e no mesmo ano o Bom de Bola, onde fomos campeãs da fase regional, classificando para a final, contra a cidade de Curitiba, no estádio Couto Pereira. Infelizmente perdemos a final pelo placar de 4x1, marquei o único gol da nossa equipe, e mesmo saindo derrotada daquela partida, fui considerada a atleta Craque do Jogo, um troféu oferecido pela rádio Banda B”, conta Daye.
Com esse destaque pela premiação e desempenho nos jogos, Daye foi convidada a participar do projeto do Coritiba Futsal, junto com o Professor Sandro, “um gênio do futsal e futebol paranaense, campeão de tudo, ao qual devo muito, pois não foi só um professor e sim um pai, com o qual eu aprendi não só sobre futebol e sim sobre ética, vida e caráter”, declara.
No final de 2008 iniciou suas atividades no Coxa e então foi emprestada para Itajaí/SC para jogar o campeonato catarinense. Em 2009, já jogando competições oficiais pelo Coritiba, ganhou uma bolsa de estudos do colégio Opet, em Curitiba, o qual passou a representar e assim conseguiu aliar os estudos com o que mais gostava de fazer.
Ao longo de três anos de Opet e Coritiba Futsal, vieram os títulos, com destaque para o de campeã paranaense de Futsal, categoria sub 15; 5º lugar na Taça Brasil de Clubes, categoria sub 15; duas vezes 3º lugar no Campeonato Paranaense de Futsal, categoria sub 17; seis vezes campeã dos Jogos Escolares de futsal de forma invicta; campeã paranaense dos Jogos Escolares de futebol de campo.
Quando concluiu os estudos e não tinha mais a bolsa, não tinha recursos para manter o custo das passagens e alimentação. Teve que deixar o Coritiba e passou a trabalhar em Campo Largo. “Já sem esperanças de voltar a jogar, recebi o convite do Professor Joel Coelho para atuar no futsal de Foz do Iguaçu e prontamente aceitei, jogando pelo clube FitFoz o ano de 2012. E agora, no ano de 2013, mais uma vez com o Professor Joel, e Bebeto, representei o Siemaco/ASSF em Foz do Iguaçu, junto com o coordenador de Futebol Marlon Campos, e o presidente Marlus Campos, e através desse novo projeto de futebol feminino em Foz, consegui a bolsa de estudos na instituição UDC, onde curso Radiologia, e com a intervenção do Marlus, presidente da Siemaco, veio a conquista de mais relevância na minha carreira, que foi o ingresso no futebol profissional”, detalha.
Há três meses Daye faz parte do elenco do ADI Foz Cataratas, jogando na posição de zagueira, à disposição dos comandos do professor Gesi Damasceno. Sua equipe recentemente conquistou o 3º lugar no Primeiro Brasileirão Feminino Caixa, e disputou o Campeonato Paranaense de Futebol Feminino. “Encaro essa como a grande chance da minha carreira, a saudade da família é enorme e é a maior dificuldade que encontro aqui em Foz, pois hoje em relação à estrutura de clube, o ADI Foz Cataratas proporciona o que as equipes do Paraná e muitas do Brasil não dispõem às suas atletas. Estou muito satisfeita com a chegada ao futebol profissional e tenho muitas expectativas em relação a isso, porque foi um sonho da vida inteira, e hoje consegui realizar, porém sem comodismo, pois esse é só o começo.