21/11/2013
Caminhada acontece no dia 25, Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher. Participantes saem da Praça Getúlio Vargas às 13h e seguem até a Casa da Cultura
21/11/2013
Fonte:Depcom/PMCL
No próximo dia 25, Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) promove a 1ª Caminhada Contra a Violência à Mulher em Campo Largo. Os participantes partem da Praça Getúlio Vargas (Praça do Museu), às 13h, e seguem até a Casa da Cultura, onde uma assistente social de Curitiba ministrará palestra sobre o tema. O evento é aberto ao público e todos são convidados a vestir uma camiseta preta, em sinal de repúdio a esse tipo de violência.
Durante a caminhada, vários cartazes serão apresentados à população e um carro de som irá anunciar dados sobre a violência contra à mulher no Brasil e sobre a Lei Maria da Penha.
Segundo a coordenadora do CREAS, Regina Moro, houve um aumento das denúncias desse tipo de violência no município e o objetivo da caminhada é chamar a atenção da população. “O papel do CREAS não é apenas atender as vítimas, mas prevenir, promover ações para conscientizar as pessoas para evitar esse tipo de violência”, explica. De acordo com a coordenadora, a caminhada passará a ser realizada todos os anos.
O Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher foi instituído em 1999 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para homenagear as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), assassinadas pela ditadura Trujillo na República Dominicana.
Dados
A Central de Atendimento às Mulheres (Disque 180) realizou 561.298 atendimentos entre janeiro e setembro de 2012. Desse total, 68.396 foram denúncias de violência, majoritariamente física (38.535). É importante salientar que 27.638 mulheres relataram sofrê-la diariamente e 19.723 se perceberam em risco de morte. Em 25.329 dos casos, os filhos presenciaram ataques à mãe.
Pesquisa realizada em dez países pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o impacto da violência contra a mulher na saúde também revela que, somente na capital de São Paulo, quase um terço das mulheres (27%) já foram agredidas fisicamente por seus parceiros ou ex-parceiros. Na Zona da Mata em Pernambuco, este percentual sobe para 34%.
Para o pedagogo da Secretaria Municipal de Assistência Social, Edson Rodrigo da Costa, um dos principais problemas é o medo que as mulheres ainda têm de denunciar, principalmente porque muitas vezes o agressor é um familiar próximo. “Medo e vergonha estão por trás do silêncio. A violência doméstica e familiar contra a mulher é a expressão mais perversa do desequilíbrio de poder entre homens e mulheres e é, ainda hoje, um grave problema mundial”, afirma o pedagogo.
A Lei Maria da Penha
Instituída em sete de agosto de 2006, a Lei Maria da Penha cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, além de prevenir e punir agressores.
A lei tem esse nome em homenagem a ativista que, em 1983, por duas vezes, sofreu tentativa de assassinato por parte do então marido. Na primeira vez, por arma de fogo e, na segunda, por eletrocussão e afogamento. As tentativas de homicídio resultaram em lesões irreversíveis à sua saúde, como paraplegia e outras sequelas. A lei é reconhecida pelas Nações Unidas como uma das três melhores legislações no mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres.
Edson lembra que a Lei Maria da Penha não só impactou a realidade legal, mas instigou a discussão e mexeu no imaginário da sociedade. Segundo o IBOPE, a lei é conhecida por 78% da população brasileira e 44% acreditam no seu efeito. Além disso, desde a promulgação da lei, o número de agressões contra mulheres relatadas no Disque 180 cresceu 600%.
*Com informações do Portal Brasil.