30/10/2013
Paraná dá início à segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa
30/10/2013
Fonte:AEN-PR
Foto:Divulgação SEAB
A Secretaria estadual da Agricultura lançou nesta terça-feira (29), em Umuarama, a segunda etapa da campanha estadual de vacinação contra a febre aftosa, que estará em vigor de 1º a 30 de novembro. Deverão ser vacinados todos os animais bovinos e bubalinos (bois e búfalos) de todas as idades. A expectativa da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), órgão da Secretaria que coordena a campanha, é vacinar 9,4 milhões de cabeças, que corresponde a 100% do rebanho no Paraná.
O lançamento ocorreu no hospital veterinário da Universidade Paranaense (Unipar) – Câmpus 2, com a presença do secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, e o diretor-presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz, e demais autoridades da região.
As doses da vacina estarão disponíveis no mercado efetivamente a partir de 1º de novembro, segundo ressalta a gerente de Saúde Animal da Adapar, Andria Calderari.
A vacinação é obrigatória por lei e corresponde ao meio mais eficaz na prevenção e erradicação da febre aftosa no Estado, doença infecciosa que provoca prejuízos econômicos ao produtor, ao município e ao Estado em função de restrições à compra de carnes no comércio internacional.
O Paraná é classificado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como área livre de febre aftosa, com vacinação. Segundo Andria Calderari, a meta do Paraná é seguir com a vacinação até o Estado ser reconhecido como área livre de febre aftosa, sem vacinação. Para isso, a Adapar conta com a contribuição de entidades de classe para mobilizar maior número de produtores e criadores de animais para vacinar 100% dos animais existentes no Estado.
MULTA - A comprovação da vacinação também é obrigatória e pode ser feita via on-line, onde o produtor recorre à internet para enviar as informações comprovando a vacinação. O produtor que não vacinar ou não comprovar que vacinou seus animais, será multado em R$ 107,58 por cabeça não vacinada, além de ser impedido de transportar seus animais para qualquer finalidade.
Ortigara lembrou que o valor da dose de vacina é muito menor do que a multa que o produtor pode levar se não vacinar seus animais. “Além disso, é importante não colocar o Paraná em riscos desnecessários”, ressaltou. Ele lembrou que as exportações brasileiras de bovinos e de frango movimentam cerca de US$ 15 bilhões por ano, e o Paraná não pode ficar à margem desse mercado por causa da sanidade.
O presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz, defendeu a prevenção e vigilância para manter o status do Paraná como área livre de febre aftosa com vacinação. Segundo ele, a ausência da febre aftosa ainda é considerado o termômetro da qualidade do serviço veterinário e da sanidade e da produção pecuária. Por isso, segundo ele, é necessário não descuidar da vigilância e manter as campanhas de vacinação contra a doença de seis em seis meses, enquanto o Paraná e outros 14 estados não forem considerados área livre de febre aftosa sem vacinação.
COMPROVAÇÃO ON-LINE - O sistema on-line de comprovação da vacina facilita a vida do produtor rural ao mesmo tempo que contribui para modernizar e agilizar o sistema de registro e acompanhamento do processo de vacinação. O produtor pode realizar a comprovação da vacinação pela internet, acessando a página da Adapar (www.adapar.pr.gov.br), conforme procedimento que será feito em duas etapas.
A Celepar vai disponibilizar o acesso para o vendedor fazer o cadastro de venda da vacina, com as informações dos produtores e das propriedades. A partir disso, num sistema de continuidade das ações, o produtor ganha autonomia e agilidade para fazer essa comprovação pelo sistema on-line.
A comprovação é fundamental como mecanismo de atualização de cadastro dos produtores e das propriedades na Adapar, empresa pública que faz a vigilância sanitária animal e vegetal no Estado. O cadastro viabiliza o acesso a documentos de transporte de animais como guia de Trânsito Animal, que autoriza a entrada e saída de animais da propriedade e circulação nos municípios.
A Adapar informa que o produtor que tiver dificuldades de fazer a comprovação on-line poderá recorrer ao sistema anterior, que é a entrega do comprovante de compra da vacina nos escritórios da empresa, presentes em quase todos os municípios do Estado.
As doses de vacina estão disponíveis no mercado em lotes mínimos com 10 doses. Quem tem poucas cabeças de animais na propriedade pode se unir ao vizinho para compra da vacina em conjunto. Mas a comprovação deve ser feita de forma individual, ou seja, os produtores que compraram a vacina em conjunto devem fazer a comprovação individualmente.
Na campanha de vacinação contra febre aftosa anterior, realizada no mês de maio, foram vacinados 97% dos animais na faixa etária de zero a 24 meses, conforme acontece na primeira etapa da campanha que prevê a vacinação apenas em animais jovens.
NOVOS DESAFIOS - Ortigara anunciou que novos desafios na área de sanidade pecuária serão enfrentados no Paraná daqui para frente. Segundo ele, a Adapar seguirá uma estratégia para erradicar a tuberculose e brucelose do rebanho bovino leiteiro. A meta é tornar o Paraná um estado exportador de lácteos com qualidade, justificou.
A Adapar está adotando três medidas para a eliminação dessas doenças do plantel paranaense. No caso da brucelose, a vacinação em bezerras é obrigatória. Se o produtor deixar de vacinar no período recomendado já existe alternativa para aplicar uma outra vacina desenvolvida para ser aplicada em fêmeas até os 8 meses. Esses procedimentos também devem ser comprovados.
Para a tuberculose, não há vacina e os animais que apresentarem sintomas da doença devem ser sacrificados. O governo do Estado vai indenizar os produtores em até 70% do valor de carcaça para os animais comprovadamente com a incidência da doença.
E como última medida, os laticínios que compram leite dos produtores se comprometeram em recusar a compra do produto caso os agricultores não cumpram as portarias anteriores.
PARTICIPANTES - Participaram do lançamento da campanha o reitor da Unipar, Carlos Eduardo Garcia, o vice-prefeito de Umuarama, Sergio Frederico, o presidente do Instituto das Águas, Márcio Nunes, o presidente em exercício da Emater, Richard Golba, o chefe do núcleo regional da Seab em Umuarama, José Antonio Duarte, e o coordenador regional da Adapar Carlos Machado, entre outras lideranças.