29/10/2013
Após 4 meses, menina sequestrada pelo pai ucraniano volta ao Brasil
29/10/2013
Fonte:G1.com
Foto:Monique Almeida/G1
Uma angústia de quatro meses chegou ao fim para uma família tocantinense na tarde desta segunda-feira (28). A menina Ieda Alexandra Levin, de apenas dois anos, retornou para o Tocantins, após ser sequestrada pelo pai ucraniano. No dia 27 de junho, Alexander Levin, de 47 anos, saiu de casa em Vinnitsa, na Ucrânia, com a justificativa de comprar leite e não retornou mais com a filha, abandonando a mãe brasileira, Oziene Vieira Barbosa, 25 anos, no país estrangeiro. Depois de meses de pedidos em redes sociais, nos meios de comunicação e em órgãos brasileiros e estrangeiros, o pai foi preso no Canadá e a criança localizada nas Filipinas. Oziene foi à Ásia buscar a filha e a pequena Ieda pode se reencontrar com a família materna em Palmas.
Oziene carregava Ieda nos braços quando chegou ao aeroporto Brigadeiro Lysias Rodrigues, na capital do Tocantins. A menina ficou a maior parte do tempo abraçada com a mãe. Ela conta sobre momentos antes de reencontrar a filha, que foi deixada por Alexander na cidade de Dumaguete, nas Filipinas. "Eu tinha medo de assustar minha filha, porque foi muito tempo longe. Mas eu sabia que ela ia se lembrar de mim. Depois que ela me reconheceu não me soltou mais."
Segundo Oziene, a filha não está falando mais o português, e sim pequenas palavras e frases em inglês. "Ela me viu e falou avião", contou a mãe sorrindo, explicando que a assistente social havia dito para Ieda que ela chegaria de avião. Sobre o reencontro, Oziene disse que se pudesse resumir em uma palavra ela diria que está aliviada.
Maria de Jesus Vieira Barbosa, avó da criança, também disse que a sensação agora é de alívio. "Estou muito aliviada e feliz. Não sei como explicar. É um pedaço da gente que fez falta, mas que agora está aqui, graças a Deus", contou emocionada. Sobre a pai de Ieda a avó foi categórica. "Ele está preso, pagando por tudo que fez a gente passar. Esperamos que continue assim."
Oziene disse que irá levar a filha para um pediatra e para um psicólogo para que os profissionais a avaliem. "Minha filha está saudável graças a Deus. Para ter certeza que a saúde dela está boa, a levaremos ao médico". De acordo com a mãe da menina, Ieda estava sendo criada por uma mulher que tinha outras duas filhas. "Pelo que fiquei sabendo as meninas já consideravam Ieda como se fosse uma irmã."
Esperança
A chegada era ansiosamente aguardada pelos parentes de Oziene, em especial pela avó da criança, que estava emocionada. "O voo atrasou, mas estamos ansiosos. Sempre tive esperanças de que veria minha neta novamente". O avô, Ozeas Martins Barbosa, disse que sempre teve fé e que acreditava na justiça brasileira. "Tinha amigos meus que falavam 'vende tudo e vai atrás da sua neta'. Eu falava que não ia me desesperar e abandonar minhas coisas. Deixei nas mãos da polícia."
Entenda
Oziene embarcou na sexta-feira (18) para encontrar a filha, que havia sido resgatada no dia 14 de outubro, pela polícia de Manila, capital das Filipinas. Foram 40 horas de voo, de Palmas até o país asiático.
Nos meses em que Ieda ficou desaparecida, a mãe fez uma mobilização, procurou as autoridades e pediu ajuda para localizá-la. O defensor público da União, Pedro Paulo Raveli Chiavini, explicou que em um primeiro momento houve uma resistência por parte do governo das Filipinas para resgatar a criança, já que eles solicitavam um pedido de Cooperação Internacional com o Brasil.
O argumento usado para que fosse feito o resgate, foi de que Ieda estava inclusa na difusão amarela, que é a divulgação, pela Interpol (polícia internacional), da foto, nome e características físicas da criança sequestrada para todos os países membros.