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Policial

Corpo enterrado com faca cravada na cabeça

20/07/2012
Morto em acidente de caminhão  na região de Maringá, o corpo do caminhoneiro João Kampa (54), foi sepultado no Cemitério Municipal em Campo Largo com uma faca cravada na cabeça.

Corpo enterrado com faca cravada na cabeça

20/07/2012

Morto em acidente de caminhão no dia 29 de Agosto de 1998, na região de Maringá, o corpo do caminhoneiro João Kampa (54), foi sepultado no Cemitério Municipal em Campo Largo com uma faca cravada na cabeça. A família só ficou sabendo disso na tarde de Quarta-feira (18), quando o corpo foi exumado para dar lugar ao caixão com o corpo de outra pessoa da família, a mãe de João, que faleceu na Quarta-feira e foi sepultada nesta Quinta-Feira (19).

A surpresa dos irmãos de João foi muito grande, porque eles jamais imaginaram o que pode ter acontecido. Segundo eles sabiam, João fora vítima de acidente de caminhão na localidade de Colombo, em Maringá, cujo veículo pegou fogo, carbonizando o motorista. O corpo veio para Campo Largo, dias depois, em caixão lacrado. O pessoal da funerária de Maringá não deixou os familiares abrirem o caixão. “Eles só foram embora depois do sepultamento”, disse um dos irmãos da vítima.

Mistério

As circunstâncias da morte de João Kampa, para os irmãos, sempre foi um mistério. Sabem apenas que o acidente teria acontecido quando o caminhão dele teria parado numa curva, quando foi atingido por outro caminhão, caiu na ribanceira e pegou fogo. A família, na época, foi desaconselhada de ir a Maringá e, no dia seguinte, o corpo chegou a Campo Largo, com toda a documentação, em caixão lacrado, pronto para o sepultamento. Os irmãos de João, na época, estranharam a presença de estranhos, que seriam da funerária, que os impediram de abrir o caixão.

A família sabe, ainda, que tempos depois uma seguradora mexeu com os papéis, por causa do seguro, chegando a marcar uma exumação, para fazer o DNA. “Eles marcaram com a família, mas a exumação não foi feita, eles não apareceram. Depois parece que eles fizeram a exumação, sem a nossa presença, e o resultado do DNA teria sido positivo”, disse um dos irmãos de João. Somente nesta Quarta-feira, quando precisaram do espaço ocupado pelo corpo do irmão, eles foram ao Cemitério, para recolher a ossada e colocá-la no ossário do túmulo, para dar lugar o esquife com o corpo da mãe. Para a surpresa deles, o esqueleto de João tinha uma faca cravada no crânio.

Na realidade, não seria o túmulo de João para ser aberto, mas o de outro membro da família. Por acaso a gaveta em que está o corpo de João foi aberta, revelando, para a surpresa de todos, que havia uma faca cravada no seu crânio. A gaveta foi novamente  fechada, ninguém mexeu. A outra gaveta foi aberta e preparada para o sepultamento do corpo da mãe.

Agora tudo é motivo para desconfiar do que pode ter realmente acontecido com o irmão. Nei e Miguel Kampa, que estiveram na tarde de Quarta-feira, no Cemitério Municipal, acompanhando a mudança dos restos mortais de João, não sabem nem o que pensar. Nem mesmo acreditam que os restos mortais que estão sepultados, seja mesmo do irmão. Há inclusive a possibilidade de não ter havido acidente, em Maringá, mas sim um homicídio.

O caso foi registrado em Boletim de Ocorrência, pela Guarda Municipal, que deverá ser entregue à Delegacia de Polícia de Campo Largo, para abrir inquérito e investigar o que realmente aconteceu.

Na Delegacia de Polícia de Campo Largo, não havia nenhum comunicado até o final do expediente desta Quinta-feira. Há a necessidade de ser aberta uma investigação e instaurado um inquérito policial, com uma nova abertura da gaveta e a retirada dos restos mortais, com presença de peritos do Instituto Médico Legal e Polícia Científica. A Polícia deverá reabrir o caso em Maringá, para se apurar a veracidade das informações passadas à família, em 1998.

De qualquer forma, não é admissível que, mesmo que tenha ocorrido homicídio, jamais o corpo poderia ser sepultado com a faca cravada na cabeça. Teria que passar por perícia, no Instituto Médico Legal, para necropsia, quando o objeto seria retirado.

É estranho, também, o fato do corpo ter sido sepultado em urna lacrada, sem passar por perícia no IML.  Policiais civis de Campo Largo souberam do caso, na manhã desta Quinta-feira, através da Imprensa.