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Geral

Despejadas

17/02/2012

Oito famílias despejadas de um terreno no São Jeronimo
 

Despejadas

17/02/2012

Uma área pertencente a John Saad, medindo aproximadamente dois mil metros quadrados, onde moravam oito famílias, mais de 30 pessoas, retomada por ordem judicial, na última Segunda-feira (13). As família já moravam no terreno, que fica sob a rede de alta tensão da Copel, há seis, sete e oito anos. Há, inclusive um morador que estava a apenas quatro anos, na última casa, que trocou por outra que tinha no Rivabem, no valor de R$ 26 mil.
Os oficiais de Justiça informaram à Reportagem da Folha que todas as famílias já haviam sido notificadas há bastante tempo. O processo, segundo eles, vem desde 2008, quando o governador Requião não autorizou a Polícia Militar a acompanhar os oficiais de Justiça para a reintegração. “Aí a coisa cresceu e, agora, mais famílias estão sem ter para onde ir”, explicou um deles. O drama das famílias foi chocante, e muita gente acompanhou a destruição das casas, por um trator.
Casas populares
“Nós estamos cadastrados no Minha Casa,  Minha Vida. Eles disseram que nós seríamos os primeiros a serem chamados para receber as casas do Governo”, disse o morador Paulo Rodrigues (27), casado, que tem uma filha de sete anos. “A menina nem foi pra aula”, disse ele apreensivo, sem saber o que fazer da vida. Ele disse que mora há quatro anos, naquele local, e quando chegou não sabia que era uma área com problema.
Outro morador, Johnatan Aparecido Pereira, pedreiro, disse que a situação das famílias é desesperadora. “Não temos pra onde ir, Dona Maria, a moradora mais velha, nem tem renda, como é que ela vai se virar?”, perguntou ele.
Luiz Cesar da Silva, outro morador, disse que tinha uma casa no Rivabem, que valia R$ 26 mil. “Eu troquei de mano, com o Luiz Felipe, o gaúcho, ele não avisou que a área estava na Justiça”. Explicou. Só da família dele são 12 pessoas, todos ficaram na rua.
Os móveis, tirados às pressas de dentro das casa, ficaram na margem da rua, muitos danificados, porque não houve tempo para desmontar. Depois veio a chuva e a situação ficou ainda pior.
No final da tarde, a Prefeitura Municipal foi informada, pela Imprensa, sobre o drama das famílias. As informações foram de que o assunto estava sendo tratado em nível de gabinete, para possivelmente amparar as famílias, com aluguel social, até que as casas do Minha casa Minha Vida ficassem prontas.
 

Nota oficial:
 

Esclarecimento sobre famílias desalojadas da Vila SAADE

A Prefeitura de Campo Largo esclarece que, a respeito das famílias desalojadas da Vila Saade, assim como os demais cidadãos está respeitando a medida judicial determinada aos moradores da Vila Saade. Estes moradores habitavam em terreno particular cujo dono solicitou judicialmente a reintegração de posse.
A Prefeitura informa que há cerca de seis meses reuniu estas famílas para orientá-las sobre os riscos de serem desalojadas, na ocasião foi oferecido auxílio no transporte para a mudança até mesmo para outros municipios caso fosse a vontade do morador. Porém as famílias foram irredutíveis.
Esclarece ainda que como o terreno é de propriedade particular não pode interferir nas negociações e que hoje não dispõe de um local para realojá-los, pois segue a ordem estabelecida pelo cadastro de habitação que hoje está realocando famílias da Vila Jardim Santa Ângela.   
A Prefeitura lamenta o ocorrido, mas novamente esclarece que está respeitando a lei.