17/02/2012
Onde termina o seu direito e começa o dos outros? Uma greve, de qualquer categoria, pode prejudicar o cidadão? Podem, motoristas e cobradores de ônibus, por exemplo, simplesmente cruzarem os braços e deixarem que o povo se dane? Podem o policial militar ou os bombeiros, abandonarem o serviço e deixarem a população nas mãos dos bandidos? Podem profissionais de Saúde pararem o trabalho para realizar piquete na frente do hospital, impedindo os que querem trabalhar de entrar para atender a população?
Há uma tolerância generalizada, com grevistas, em qualquer situação, até porque todos entendem que o trabalhador tem o direito de reivindicar, cruzando os braços. Mas há, também, o direito do cidadão, de ter o serviço, independente da briga do trabalhador com o patrão. Não deveria ser permitido o uso da população como massa de manobra, como escudo ou como objeto de pressão, para a conquista de melhores salários e melhores condições de emprego, para qualquer categoria.
A população tem direitos constitucionais que quase sempre são violados, como é o caso do direito de ir e vir, na greve dos motoristas e cobradores de ônibus. Direito à Segurança, quebrado quando 100% dos policiais cruzam os braços e não atendem os chamados de socorro de vítimas de assaltos e outros crimes. E o que é muito pior, como aconteceu na Bahia, quando policiais grevistas teriam sido vistos cometendo crimes, instaurando um ambiente de terror, para que o Estado se tornasse refém deles.
Foi a comprovação de envolvimento de alguns policiais, com a barbárie, que levou os policiais sérios, a suspenderem a greve na Bahia. Não se pode ultrapassar o limite do tolerável, sob pena de perda total da razão.
A greve recente do Transporte Coletivo em Curitiba, ultrapassou os limites do aceitável, quando, com a desculpa de que o trabalhador do Transporte Coletivo tinha direito de cruzar os braços, para forçar os patrões a reajustarem seus salários, esqueceram de observar o direito dos demais trabalhadores, da população em geral, o direito universal e constitucional, de ir e vir. E, ao que parece, eles conseguiram o objetivo, mostrando que, nesse caso, os fins justificaram os meios.
Milhares de trabalhadores perderam um, dois dias, de trabalho, e centenas de empresas foram prejudicadas por causa da greve. A paralisação causou um prejuízo incalculável à economia da Região. E quem pagará esse prejuízo?
Na Bahia, como aqui, parece que ninguém percebeu a técnica de guerrilha, por trás desses movimentos.