Os motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba e Região rejeitaram a proposta de aumento do sindicato patronal em Assembleia realizada no início da noite desta terça-feira (14). Eles recusaram a proposta de aumento real de 8%, mais incremento de R$ 95 no vale-alimentação, que atualmente é de R$ 105. Os números foram apresentados em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho.

Com isso, a tendência é que a paralisação se mantenha, o que ainda deve ser votado pelos dirigentes do sindicato da categoria. De acordo com a assessoria da entidade, o aumento pleiteado é entre 15% e 20% no salário, mais 300% no vale-alimentação.

Se a paralisação prosseguir, os grevistas devem atender a uma decisão da Justiça do Trabalho que determinou que pelo menos 957 ônibus estejam em atividade em horários normais, e 1.340 em horário de pico. Os números correspondem a 50% e 70%, respectivamente, do total de 1.915 veículos. A determinação vale a partir das 5h30 de quarta-feira (15).

A Urbanização S/A (Urbs), que administra o transporte coletivo de Curitiba, tem até as 22h para enviar à Justiça e aos grevistas uma tabela informando os horários de pico e quantos ônibus devem circular. A justificativa dos grevistas para não colocar nenhum ônibus nas ruas nesta terça foi justamente a falta de informação sobre quantos ônibus deveriam rodar na cidade, o que foi contestado pela Urbs. “Todas as garagens têm exatamente todas as linhas que deveriam ser cumpridas para atender esses horários que a Justiça determinou”, afirmou o presidente Marcos Isfer.

Se o mínimo determinado não for cumprido, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) deve pagar multa de R$ 100 mil por dia.

A Rede Integrada de Transporte (RIT) transporta 2,3 milhões de passageiros diariamente. A Rede atende Curitiba e 13 municípios da Região Metropolitana. São 355 linhas integradas, 30 terminais de transporte e 364 estações tubo.

Liminar
A Justiça cassou nesta terça uma liminar da Urbs que obrigava o sindicato a colocar pelo menos 60% dos ônibus em horários normais, e 80% nos horários de pico. Essa decisão não foi cumprida e já havia perdido força com a determinação da Justiça do Trabalho.