Quarta-feira às 29 de Outubro de 2025 às 05:58:14
Geral

Planos de saúde

07/01/2012

14 cirurgiões pedem para sair das Unimeds.

Planos de saúde

07/01/2012  Fonte: Gazeta do povo

A Cooperativa dos Cirurgiões Cardiovasculares do Paraná (Coop­Cárdio-PR) anunciou que a partir de segunda-feira os profissionais vinculados às Unimeds do estado deixariam de atender os pacientes de 21 das 22 singulares do plano. Em Londrina, única exceção, o atendimento aos clientes da operadora seguiria normalmente até o fim de janeiro. A decisão foi tomada, segundo o presidente da CoopCárdio, Marcelo Ferraz de Freitas, depois de mais de um ano de negociação em torno do reajuste dos honorários da especialidade.

A Federação das Unimeds do Paraná, no entanto, afirma que o pedido de saída dos médicos até agora é apenas parcial e corresponde a 22% dos profissionais da especialidade que atendem nas Unimeds. A federação também alerta que na maioria das localidades há uma cláusula contratual que obriga a continuidade do atendimento por 60 dias após o pedido de desligamento. “Em Curitiba, onde a maioria dos profissionais atende, não há nenhum pedido oficial protocolado”, afirma o vice-presidente da Unimed-PR, Robertson D’Agnoluzzo.

De acordo com Freitas, entretanto, ao menos 19 cirurgiões cardiovasculares, incluindo ele, teriam feito o pedido de desligamento no dia 23 de dezembro. “As Unimeds disseram que os pedidos não foram feitos de maneira correta e os devolveram. O que eu e meus colegas estamos fazendo agora é protocolando o pedido via cartório de notas. As operadoras devem começar a ser notificadas oficialmente na segunda-feira”, explica.

Impasse

Em média, as Unimeds pagariam cerca de R$ 1,2 mil por procedimento da especialidade, para uma equipe de quatro ou cinco profissionais – menos que os cerca de R$ 2,8 mil do Sistema Único de Saúde (SUS) e bem aquém dos R$ 15 mil pedidos pela CoopCárdio.

Freitas diz que a última proposta da Unimed Curitiba, responsável por 50% dos procedimentos da especialidade dentro das Uni­meds, foi de pagar entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por procedimento. “Nós fizemos uma contraproposta de R$ 7,5 mil, com a possibilidade de aumento escalonado, em um prazo de dois anos, para os R$ 15 mil. A proposta não foi aceita. As outras singulares não nos procuraram e não querem negociar de forma conjunta”, diz o presidente da CoopCárdio.

A ameaça de desligamento é acompanhada pela Gazeta do Povo desde o primeiro semestre de 2011. O presidente da Coop­Cárdio diz que ao longo do ano passado houve sucesso nas tratativas com mais de 30 planos de saúde. “Infelizmente é na cooperativa médica que encontramos o maior impasse”, reclama. A Unimed-PR argumenta que é justamente o espirito de cooperativa que impede qualquer acerto diferente do das demais especialidades médicas e, por nota, também diz que a figura da CoopCárdio tem dificultado as negociações com os médicos.

 

Direitos

Consumidor não pode ser refém da briga, diz Procon-PR

A coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano, teme que os mais de 1,3 milhão de clientes das 22 Unimeds do estado se tornem reféns dos impasses entre operadoras e cirurgiões. “O importante é que o paciente tenha em mente que não deve aceitar qualquer cobrança feita à parte da mensalidade do plano de saúde. Mesmo em um atendimento emergencial. Quem deve acertar a conta é a operadora”, salienta.

O vice-presidente da Unimed-PR, Robertson D’Agnoluzzo, diz que a federação já se preparou para compensar a saída parcial dos cirurgiões cardiovasculares. “Já conversamos com centros de São Paulo, tanto da capital quanto do interior, para a realização do atendimento dos pacientes paranaenses lá, se necessário for. O cliente da Unimed não ficará sem atendimento”, promete. No caso das emergências, são também as operadoras que se responsabilizarão por pagar a conta.

Em caso de irregularidade ou qualquer dificuldade, no entanto, o consumidor deve denunciar seu caso à ANS, que tem o dever de auxiliá-lo na resolução do problema com a operadora. “O consumidor também pode procurar a intermediação do Procon da sua cidade”, diz Claudia.