06/01/2012

Campo Largo produz, atualmente, mais de 200 toneladas de Mel por ano, das quais, 100 toneladas é de Mel Orgânico. Mas alguns produtores se destacam, produzindo Mel de alta qualidade, com reconhecimento internacional. Um deles, Edilson Gelasko, que produz Mel na região de Bateias, recebeu, recentemente, uma delegação de produtores de Mel do Chile, que vieram ver como era a sua produção.
Edilson começou a produzir Mel em 2003 e, hoje, tem uma produção média de quatro toneladas/ano, 100% orgânico. Para ele, o importante é a qualidade. Por isso está desenvolvendo experiência com a produção de Mel de abelhas nativas, como a Mandaçaia, a Jataí, Manduri e Uruçu, todos de alto valor no mercado.
Apis mellifera
Nas áreas de produção de Edilson Gelasko, em mata fechada, em diversas propriedades na região, centenas de caixas são agrupadas, como se fosse uma “cidade”. Cada uma das caixas abriga uma Rainha e entre 40 e 60 mil abelhas, que trabalham o dia inteiro. As abelhas Apis mellifera (africanizadas) se adaptaram bem ao clima da região e a sua produção é considerada acima da média. Numa parte do ano elas produzem mais própole (ou própolis), uma espécie de massa ou “cimento” com propriedades antibióticas e fungicidas, utilizada pelo ser humano há milhares de anos, como remédio. As abelhas produzem essa substância com resina vegetal e saliva, para vedar e proteger as colmeias.
Edilson explica que a produção de Mel dá muito trabalho, e que só quem gosta, e conhece, é capaz de se firmar no negócio. Muita gente acha que produzir Mel é só comprar as caixas, capturar uma colmeia, e colher o produto. Esses, em geral, não se criam. “É preciso muita dedicação, estudo, aperfeiçoamento constante”, explica o produtor. Ele trabalha com dois funcionários e lembra que, além dos custos (uma caixa custa em média R$ 200,00), há as questões legais, ambientais e os problemas climáticos, que precisam ser observados quase que diariamente.
Muita chuva, calor, muito frio, falta de água, tudo em excesso prejudica a produção de Mel. As abelhas precisam de temperatura amena, sombra, água fresca e muitas flores. Por isso a importância da implantação dos apiários e do meliponário. Há, ainda, as questões ambientais, que necessitam ser observadas e a questão da segurança para quem lida com os insetos. “Todos os equipamentos precisam estar limpos, e as normas precisam ser seguidas, é quase um ritual  o preparo do fumegador, com galhos de erva Mate, o preparo das roupas de proteção, tudo. Mesmo assim, há dias em que as abelhas estão muito agitadas, é preciso respeitar o momento delas”, explica.
Merenda
Parte da produção de Mel de Edilson Gelasko será entregue para a Prefeitura Municipal, a partir desse início de ano, para compor a Merenda Escolar. Ele acredita que a introdução do Mel, feita pela Prefeitura, através das secretarias do Desenvolvimento Rural e da Educação,  será importante para os produtores, mas muito mais importante para as crianças, que vão enriquecer a sua alimentação.  Nesse primeiro semestre de 2012, as crianças da Rede Municipal de Ensino vão receber pelo menos uma tonelada de Mel, na Merenda Escolar. Há previsão de mais uma tonelada, no segundo semestre.
Turismo
Outro interesse de Edilson é com o Turismo do Mel, que ele vem desenvolvendo em sua propriedade, na Estrada do Cerne KM 34. “Nós estamos em plena safra do Mel, que começa em Novembro e vai até Março. Depois vem a safra da própole, que vai até Maio. Muita gente vem nos visitar, inclusive turistas de outros estados, interessados em levar Mel puro, orgânico, para casa”, explica.
Ele trabalha, ainda, com o turismo ecológico, em parte da sua propriedade, com área para receber grupos, com toda a estrutura, inclusive com alojamentos e área para camping. O telefone  do produtor é (41) 3648-1346.