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Honda

28/11/2011

Test-drive: novo Civic quer acabar com a maré de azar da Honda

Honda

28/11/2011

Fonte:Lucas Bassel do R7.com

Se você é daqueles que acreditam em sorte, provavelmente concorda que a Honda enfrentou uma zica danada nos últimos meses. Em março, o terremoto que devastou o nordeste do Japão forçou a interrupção da fabricação de peças naquele país. Em virtude disso, a montadora transferiu para a Tailândia parte de sua produção. Resultado? Enchentes que, nos últimos meses, forçaram a paralisação temporária da linha de montagem.

A diminuição na produção de peças - especialmente de componentes eletrônicos - causou atraso no lançamento do novo Civic no Brasil. O sedã médio, que deveria ter chegado em setembro, só começará a ser vendido na segunda quinzena de janeiro. Mesmo assim, a Honda optou por apresentar o carro à imprensa já nesta quinta-feira (24). O R7 dirigiu o modelo e conta como foi.

Novo velho conhecido

A primeira constatação é clara: o novo Civic não representa uma completa ruptura, como aconteceu com a oitava geração, lançada por aqui em 2006. Se por um lado isso pode passar ao consumidor uma incômoda sensação de "carro velho" - especialmente por causa do visual similar -, por outro dá a chance de manter qualidades e corrigir defeitos do modelo anterior. E vamos combinar que, diante da revolução que foi o agora "old Civic", seria muito difícil repetir a façanha.

O preço ainda não foi divulgado, mas a Honda afirmou que os valores de tabela serão "muito parecidos ou iguais" aos da geração anterior. Portanto, espere que a versão de entrada (LXS com câmbio manual) custe cerca de R$ 66 mil, enquanto o modelo de topo (EXS, com câmbio automático) saia por R$ 86 mil. A nomenclatura de versões para 2012 foi mantida, contando ainda com a intermediária LXL.

 

O novo Honda Civic produzido no Brasil traz diferenças em relação ao modelo americano. Para-choque dianteiro, conjunto de luzes e tampa do porta-malas estão entre as principais mudanças. No geral, o desenho ficou mais conservador atrás e ligeiramente mais agressivo na frente, como o R7 havia antecipado.

Por dentro, o painel em dois níveis ficou maior e ganhou uma central de informações (chamada de i-Mid), responsável por mostrar dados do computador de bordo. O volante também é novo e traz controles do som e do "piloto automático".

Em um movimento corajoso, a Honda diminuiu o entre-eixos do Civic em 3 cm (agora ele tem 2,67 m), embora a montadora afirme que o espaço interno tenha sido mantido graças ao reposicionamento da parede corta-fogo e do painel. No comprimento total, o carro ficou 1,6 cm maior (4,52 m), o que deu origem - comemore agora - a um porta-malas de 449 litros. São 109 litros a mais do que na geração anterior.

O motor 1.8 flex 16 V também é o mesmo, mas diferente. Novos pistões, alterações no comando de válvulas e diminuição de atrito em componentes móveis deixaram o propulsor mais eficiente e linear. São 140 cv de potência máxima, gerenciados pela transmissão de cinco velocidades, que pode ser manual ou automática.

Pacote interessante

Talvez um dos pontos mais interessantes do novo Honda Civic esteja em sua lista de equipamentos. De série, o carro vem com air bag duplo, freios ABS com controle eletrônico de distribuição, ar-condicionado automático digital, sistema de informações i-Mid, som com entrada auxiliar e USB, câmera de ré (sim, é de série) e rodas de liga leve aro 16.

Quando falamos da versão de topo (EXS), a lista ainda ganha air bags laterais dianteiros, sistema multimídia com tela touch LCD e navegador GPS integrado, bluetooth e controle de estabilidade e tração, que na nova geração também atua sobre a direção elétrica, evitando que o motorista faça manobras erradas em situações de perigo.

O excelente acabamento interno, em que pese a grande quantidade de plástico duro, ajuda a reforçar a impressão de conforto passada pela boa posição de dirigir. Atrás, os mais altos podem ter dificuldade com o espaço para a cabeça, especialmente nos modelos equipados com teto solar. O capricho só parece ter sido deixado de lado no porta-malas, que carece de forrações na tampa e tem fios elétricos "balançando" na região da fechadura.

Ao volante

Rodando na pista da Fazenda Capuava, no interior de São Paulo, o Civic mostrou que a direção direta e o bom comportamento da geração anterior foram mantidos e, em alguns pontos, melhorados. A visibilidade também aumentou, com uma coluna A mais fina graças ao uso de aço de maior resistência.

A suspensão ainda é firme e dá pouca margem de rolagem ao carro, o que é desejável em situações de condução mais esportiva, mas pode sacrificar o conforto em ruas esburacadas. É quase uma questão de gosto, embora não seja incomum encontrar proprietários do Civic antigo reclamando dessa dureza.

Outra novidade do Civic está no sistema batizado de Econ, que muda o regime de troca de marchas, torna mais lentas as respostas do acelerador e atua no sistema de ar-condicionado para ajudar a economizar até 20% de combustível, segundo a Honda. Claro que, ao ativar esse modo, o motorista deve esperar por queda de performance. E nem poderia ser diferente.

De forma geral, o novo Honda Civic mantém a agilidade da geração anterior, embora esteja mais suave nas respostas e um tantinho mais estável em curvas, com menos tendência a sair de traseira. Aqui, os méritos vão também para a suspensão independente nas quatro rodas - ele é um dos poucos sedãs médios com esse recurso no Brasil.

Infelizmente, não foi possível avaliar o consumo de combustível, um dos pontos mais criticados por proprietários do Civic de oitava geração. Esse teste terá de esperar até uma avaliação mais prolongada.

No entanto, por tudo que já mostrou, o novo Honda Civic prova que tem as armas necessárias para ser competitivo no mercado de sedãs médios, enfrentando novatos ousados como Hyundai Elantra, Chevrolet Cruze e Volkswagen Jetta. Isso sem falar no Renault Fluence, ganhador quase invicto de todos os comparativos.